2010-12-08

Não sei para onde me virar...

...em 2 dias a minha vida deu um reviravolta engraçada. Um encontro com uma pessoa com potencial que conheci online, mais uma amiga que ser mais que amiga (e com potencial para e já se iniciaram os estragos), a outra amiga que continua a apoiar-se no escape que forneço e... um desafio no trabalho a fazer-me subir de responsabilidade, durante um ano num país estrangeiro a começar em 2011.

E hoje, não sei para onde me virar... quer dizer sei. Mas apetece-me dizer, tudo ao mesmo tempo???

Mas não me estou a queixar... estou surpreendido. Acho que vou jogar no euromilhões.

2010-10-08

Dois meses

Já há algum tempo que não andava com disposição para voltar aqui - ainda não percebi se era por falta de vontade de me abrir contigo, ou simplesmente pouca vontade para reflectir. Hoje (para variar), as circunstâncias forçaram-me ao regresso. É verdade, sou uma pessoa bastante complicada. E tenho problemas em admiti-lo.

Por força do que me contaste hoje... do que esclarecemos - sempre ao telefone, dificilmente temos oportunidade para o fazer pessoalmente - acabei por regressar cá. Aproveitei uma viagem de comboio, alguns momentos que tenho para mim, no meu pequeno mundo, enquanto ouço canções pseudo-deprimentes de "Interpol". Acabo aqui por estar a escrever, antes de ir ter contigo... ter, mais uma vez, "a conversa". A "conversa" em que acabamos a nossa relação... sorrio enquanto escrevo isto, porque não é uma relação assumida. É uma "cena", que dá o direito de estarmos juntos, por vezes, quando aí vou ter , ou quando vens ter comigo cá abaixo. Já é a segunda vez.

Agora, de há algum tempo para cá e para mim, este "privilégio" mais parecia um dever, algo que não deveria ser assim. Afastava-me de ti, era frio, de forma irreflectida, mas consciente (e nota, que não o gosto de ser. Isto não é uma sensação que aprecie, ao contrário do que possa parecer, por se calhar o ter feito muitas vezes). É verdade, só tu é que puxavas o barco, para estarmos juntos. Para termos momentos íntimos. E sei que pode parecer parvo porque já tínhamos "esclarecido" no passado, mas eu sempre acreditei que estavas apanhada por mim (a palavra foi escolhida de propósito) e que este género de intimidades, actividades, não te (nos) ia fazer bem. E esta antecipação toda, que eu fabricava para o teu lado não me fazia sentir bem e era o escape perfeito para eu agarrar com unhas e dentes. Assim, simplesmente evitava contactos, carinhos ou outras coisas que pudessem ... afectar-.nos. Aos dois.

E admito: não quero ter uma relação contigo (namoro, seja o que for) porque estou à procura de algo que desperte dentro de mim aquilo que ainda não encontrei. E parece que só quero desafios que me dêem alguma trela. E, já agora, que tenha cabelo comprido. E que tenha um bom sentido de humor. E uma voz feminina. E que seja carinhosas. E que seja giras, segundo os meus padrões (demasiado complicado para expor aqui). E que viva perto de mim... isto não é tanga: não quero iniciar uma relação com alguém que está longe do sítio onde eu vivo - na fase em que estou, preciso do dia-a-dia (ou perto disso). E tu não tens essa disponibilidade, capacidade, nem eu tenho o direito de ta pedir. Ah, e de preferência que não tenha animais de estimação. Desculpa, mas a tua gata (e eu gosto de gatos) é insuportável (ok talvez esta palavra seja excessiva) e a tua casa tem, por vezes, um cheiro incomodativo.

E deitei algumas coisas cá para fora. Ok, verbalizei-as por escrito (já tinha agido em conformidade com algumas). Agora, não foram todas... e sei que a maior parte das vezes as guardo por receio ferir susceptibilidades. Devo querer inconscientemente que toda a gente goste de mim, que goste das coisas que eu digo. Mas hoje não estou para aí virado. E já faz quase um mês que não há festa e hoje apetece-me... esta semana já andava a pensar nisso, e as circunstâncias tornaram o desafio ainda mais melhor. A tua afirmação taxativa de "é só sexo" e o facto de não ter que prestar justificações ao poder paternal por não ir dormir fora de casa. So be it... hoje vai ser assim. Ou pelo menos, vou divertir-me a tentar.

Deve ser por estar quase a fazer anos. O medo. Mas desta vez nem estou assim tão... deprimido? Faz parte, não é? E vai ser este ano. Espero bem que seja este ano. E se não for? Bem... é dar tempo ao tempo. E aproveitar as oportunidades.

2010-08-14

Isolamento

Não é frequente, mas ocasionalmente aproveito um final de tarde em Lisboa para ir para um sítio sozinho, com o portátil, onde aproveito e ponho em dia a escrita. Tento sempre lembrar-me das verdadeiras razões que me fazem voltar aqui e o que acho piada é que as não consigo isolar em conceitos isolados. Faz sentido, faz parte de uma amálgama de sentimentos que em conjunto acabam por culminar na minha vinda até aqui.

Hoje aproveitei um dia como se fossem férias. Ainda corri um bom bocado, numa zona nova para mim da cidade e relaxei a ver um filme parvo. É o que acontece quando todos os amigos estão de férias, ou longe. Logo eu, que quem me conhece bem sabe que começo a "stressar" quando tenho que estar isolado. Vendo bem as coisas, hoje acho que não estou a trepar paredes. Por um lado não apeteceu estar a conduzir 30 km para depois ter que ir para a praia, estar à procura de lugar de carro. Apeteceu-me vir para o Clube Ferroviário e aproveitar um final de tarde numa esplanada.

Quando vinha a caminho pensei no conceito de isolamento e no que incomoda verdadeiramente nele. No fundo, acho que se resume ao sentimento de gostar efectivamente de ter alguém que me acompanhasse nas minhas andanças. Que partilhasse um dia-a-dia comigo. Ou seja, alguém que me fizesse também acompanhar na vida dela. No fundo, quero ter um sentimento de partilha a dois e o facto actualmente não o ter é das poucas coisas que me falta na vida. Isso e ganhar o euromilhões, mas acho que me devo concentrar numa luta de cada vez. E logo por causa disso, acabei de me lembrar que não ganhei nenhum prémio milionário esta semana (Nem um único número desta vez! Acho que vou ter que abandonar o sistema das chaves cegas e aleatórias).

Mas pronto, quando dei por mim, estava a pensar na ideia que faço da pessoa que ando à procura. E lembrei-me de uma história que me contaram no outro dia: alguém que decidiu descrever, numa folha de papel a ideia de par ideal e que, depois, passado algum tempo (quanto efectivamente foi me recordo), acabou por a conhecer e iniciar um relacionamento. E depois, ingenuamente, começo a pensar que podia fazer o mesmo e penso que... "porra isto também me podia acontecer... e na pior das hipóteses, consigo por em papel o que estou à procura, uma vez que acho que ainda não o fiz. Posso sempre olhar para os posts mais antigos deste blog e confirmar esta suspeita, mas acho realmente o que interessa é o que estou a sentir agora". Sempre facilitaria o processo de comparação dos novos conhecimentos que faço com a matriz que tenho na minha cabeça ("matriz", palavra bela esta!).

Mas pronto, por-me a falar com uma amiga pelo chat e combinar uma fuga de Lisboa para passar uma noite com amigos por uma noite não ajuda à escrita, por isso parece-me que esta caracterização não ficar pronta hoje. No entanto, acho que já fico com tópico para um post futuro.

2010-08-08

Agosto

Sempre disse que adorava trabalhar durante o mês de Agosto em Lisboa: há bastante menos confusão (consigo ir de carro para o trabalho em apenas 10-15 min e isto já inclui estacionar o carro e chegar à minha secretária), a cidade está cheia de turistas, de vida.

Agora, nem tudo são coisas boas. O meu grupo de amigos parece que desapareceu. Tenho dificuldade em decidir o que quero fazer, como quero ocupar o meu tempo e, no fundo, apenas sinto vontade de me queixar...

Gostava de ter vontade de fazer um post mais optimista, mais interessante, mas não consigo. E se uso estes pequenos momentos para exorcizar os meus demónios, posso e devo deixar a ficção para outros dia.

E, por falar em ficção - No outro dia ouvi falar da história do homem que conseguiu passar 50 dias sem se queixar de nada. Inicialmente o objectivo era conseguir aguentar 21 dias, mas conseguiu duplicar a meta. "Supostamente" a ausência de queixa faz bem a uma pessoa, que se consegue libertar de energias negativas. No meu caso, acho que consigo resumir as energias negativas que me afectam a dois pólos e, realmente, bem ando com vontade de me conseguir libertar das suas influências: Vida Amorosa (VA) e Tendência Para Ceder a Vícios (TPCV) - o último mês anda bastante mau neste aspecto (desde 7 de Julho a 7 de Agosto?).

Sobre a VA já escrevi muito aqui e de repente tenho momentos de fraqueza sobre coisas que achava que já tinha resolvido - o facto de ser Domingo e ter estado um tempo execrável (tipo trovoada a martelar dentro da cabeça) não ajuda a esta disposição. E pergunto-me se manter a "não-relação" como está é saudável para mim? A verdade é que tenho tendência para complicar, mas sei que não estamos a ter só a conversa saudável de amigos que poderíamos (deveríamos) estar a ter. E vou ter ser eu a cortar as vazas a isto. Agora a parte "chata" é que só quero cortar quando encontrar alguém com quem ocupar o meu tempo. E pergunto-me se esta é atitude correcta. E todos os indícios me indicam que não. Só passado alguma racionalização simpática do meu lado consigo aligeirar a coisa e por momentos quase que consigo achar que estou a fazer bem. Enfim.

Vou mas é vegetar à frente da televisão a ver séries de humor enquanto me preparo para uma nova segunda-feira. Ao menos, passou mais um fim de semana em que conheci gente nova (se for para Amesterdão e para o Dubai já tenho mais uns contactos), deu para falar de coisas interessantes (entre os quais astrologia) e passei algum tempo com a família. Na realidade, fiquei contente por a TPCV estar sob controle (tirando um pouco o tabaco e a necessidade de comprar coisas, mas a verdade é que ando com vontade de gastar).

Argh... hoje não é o meu dia.

2010-08-03

Estou em falha

Engraçado como evitei este espaço durante a "mega" reflexão que tive durante a semana passada. O facto de ter visitas em casa não facilitou muito a questão e apenas hoje tive um pouco de tempo totalmente para mim. Depois do trabalho não ressaquei por companhia e estive muito bem sozinho. Aproveitei e fiz um pouco de exercício aqui perto de casa e, quando dei por ela, já devia ter percorrido uma certa quantidade de kms (45 min ainda demoram algum tempo a passar não é?). Já não o fazia há cerca de 3 semanas e sentia falta. Tal como sinto falta deste espaço. Mas, não vou matar saudades hoje - só vi cá mesmo dizer que estou vivo e que - agora - me sinto bem. Sobrevivi à semana complicada que passou e que estou pronto para o que vier.

2010-07-23

Luxo

Andar de comboio, ter uma placa 3G com tráfego praticamente ilimitado, uma bateria que se aguenta 3 horas e ser praticamente imune à trepidação normal é, desculpem, um Luxo (com direito a "L" maiúsculo). É uma coisa parva, mas faz-me sentir bem porque consigo fazer algo que simplesmente dantes me era impossível, e, quando deu por ela, já passou a maior parte da viagem e estive a fazer algo que considero útil. No fundo, é uma das razões pelas quais contínuo a escrever neste espaço.

Aqui, consigo treinar outro tipo de escrita, que prefiro aos mails profissionais. Mensagens instantâneas nos chats já são simples qb, por isso adoro ligar o "complicómetro" aqui, e ver até onde consigo desenvolver o raciocínio. Ainda por cima, gosto também do trabalho de revisão, de cortar texto, de mudar parágrafos e frases de ordem de forma a tornar o texto mais agradável (sim, penso que é esta a palavra que estou à procura) à leitura. Tenho depois o hábito (muleta?) de recorrer de uma forma previsível e sistemática ao parênteses - imagino que seja uma instanciação real do meu hábito em tentar sempre ver os dois lados da questão e, muitas vezes, mais que um comentário sarcástico ou acessório, vejo que muitas vezes tento contradizer o que digo.

E depois, espero que levem a sério? Bem, esta característica faz parte de quem sou, por isso amanhem-se. E "mai nada", como o meu irmão costuma dizer. Engraçado, estou a ver que não costumo falar muito dele aqui, se é que alguma vez o mencionei sem ser em conversa passageira? Realmente, estava hoje a almoçar com uma amiga minha, que me disse "... já sabes como ele é, longe da vista, longe do coração." enquanto coscuvilhávamos sobre a vida de um outro amigo de quem ela já não tinha notícias há algum tempo.

Pensando bem, acho que sou um pouco assim com a minha família e, na realidade, gostava que fosse diferente. Não é uma questão de ter pena. Sei que às vezes sou assim porque há coisas neles que me irritam de uma forma inacreditável. Mas sim, no meu código de valores sei que deveria ser mais explicitamente grato aos meus pais. E não é a dizer isto a terceiros, pois é algo com a qual não tenho qualquer tipo de problemas. É mesmo a dizer-lhes a eles, que lhes agradeço tudo do fundo do coração. Excepto uma, ou outra atitude sobre as quais, felizmente, já tivemos oportunidade de falar.

2010-07-21

Mais uma noite...

E o que fazer de diferente? Instalei uma coisa no blog para conseguir filtrar as visitas que eu próprio faço ao site. No meio de uma visita/ano é relevante conseguir esconder o que ando a fazer, não é? E no meio de alguns "testes" que estava a fazer...

... ok, seja "testes", à falta de uma palavra melhor. Na realidade estava só a ocupar o tempo com nada para não ter que pensar em fazer outra coisa - ir catalogar MP3 parece demasiado custoso a esta hora... mas com o casamento a aproximar-se a uma velocidade estonteante, bem que devia gastar uma ou duas horas a fazer isso mesmo... Enfim, se hoje não fui irresponsável no trabalho, ao menos que o possa ser um pouco na minha vida pessoal...

... bem onde ia? Exacto, a procurar por "A Caminho dos Trinta" no Google (seja, um "teste"), descubro um site escrito por 4 (?) amigas, com um título, ou subtítulo relativamente parecido com o meu, algures por aqui. E está escrito num estilo realmente distinto do meu (não estaria à espera de outra coisa) e diverti-me, por instantes, a ler alguns posts daquele blog. Achei curioso encontrar alguém que num também num pseudo-anonimato, não tem qualquer tipo de problemas em descrever as suas relações com o mundo... de uma forma mais ligeira e menos aborrecida que minha... mas, pelo que li, pareceu-me ser completamente honesta e ter sentido de humor.

E sim, é giro descobrir que também alguém tem uma "panca", assumida com tubarões (!) - RESPECT, não sou o único! Sim é uma daquelas fobias parvas... tubarões, o típico animal que aparece quando menos estamos à espera, mas a questão de ser um medo irracional assenta precisamente neste grandioso conceito de falta da racionalidade.

E por falar em irracionalidade, senti-me, vá, quase tentado a fazer um comentário anónimo no tal blog. Quer dizer, posso por sempre a ligação para este espaço que é, no fundo, uma excelente forma de conhecer esta pequena parte da minha personalidade.

E qual seria o problema? De eu tomar uma iniciativa que gostava que fizessem com o este espaço? E aqui apercebo-me da total censura que estou a fazer aos meus pensamentos ao mesmo tempo que vejo um filme de imagens a passar-me pela cabeça. Realmente a minha cabeça começa logo a sonhar e não a vejo a melhorar com a idade... quer dizer, também não a vejo a piorar... fica, simplesmente, na mesma. Mas ao menos, acho que tenho o bom senso de pensar mais depressa do que escrevo e falo, porque este processo de filtragem de pensamentos não se pode chamar de censura - acho que se devia chamar algo como "processo de purificação espiritual para não estar a imaginar parvoíces enquanto se está sóbrio". Felizmente ocorre-me naturalmente e agora até tenho vontade de rir quando me relembro desses pensamentos. Uma coisa é certa, tenho de deixar de ver tantos filmes.

Por isso, das duas uma: ou o mundo não é tão louco como parece, ou então está cada vez pior. E isso é assim tão mau?

2010-07-20

30 minutos

Hoje quero desabafar rapidamente, em apenas 30 minutos.

Optei por vir para aqui, em vez de ir ver uma série porque preciso de não estupidificar. Preciso de sentir que estou a fazer alguma coisa de útil com o meu tempo... e é claro que a definição de utilidade vai ser agora posta à prova. Se me sentir bem depois de acabar este texto (que na realidade nunca fica totalmente acabado), terá valido a pena.

Nem sei por onde começar... posso começar pelas loucuras do fim de semana, posso divagar sobre as... "impressões" interiores que ando a sentir (que não são num sentido figurado), ou posso ainda divagar sobre o que fiz num dos dia de trabalho mais parvos que já tive na vida... eventualmente posso dissertar sobre as últimas duas horas que gastei numa reunião de co-administradores do meu condomínio... mas nada disso é particularmente memorável.

A decisão sobre um tema está um pouco complicada... o que está relacionado com a minha integridade física. Sei que hoje não me sinto em forma (ainda não recuperei da despedida de solteiro... que degredo), o que tem uma grande influência sobre a minha capacidade criativa, mas tenho a certeza que depois de dormir em condições hoje, vou estar muito melhor e que vou conseguir voltar a este espaço e fazer algo de produtivo.

Até lá, tento encontrar algum sentido para esta apatia que sinto. Tu por um lado, estás a ter o problema da tua vida (espero sinceramente que não te volte a acontecer uma coisa destas negativa com tamanha intensidade...). Pediste-me apoio como homem da tua vida, que agora tive a confirmação que sou... embora seja tudo naquele formato que tão mal definimos. Sou teu amigo, preocupo-me contigo e partilho da tua angústia... mas não me vou tornar ser o teu namorado... e acabo de receber mais um sms teu no preciso momento em que escrevo estas palavras.

E, neste momento deixo a apatia e passo a sentir-me um pouco frustrado. Por ti, por mim... por toda a situação que agora existe entre nós. Tens confiança em mim, em tenho confiança em ti, partilho-te coisas sem qualquer tipo de problemas e sei que fazes o mesmo comigo e andamos neste limbo de nos entretermos um ao outro enquanto não conseguimos arranjar ninguém que nos preencha melhor.

E acabo de perceber que rumo dar a este post. Agarro nas palavras que um amigo meu me deu no outro dia enquanto recuperava da tampa que levei: "Tu tens sorte... consegues estar a viver as duas situações ao mesmo tempo". Sim deve ser "sorte", encontrar alguém com todo o potencial para, pelo menos, iniciar uma relação, porque (aparentemente) preenche (quase) todos aqueles requisitos que são importantes (sim eles existem e são importantes, não me venham com coisas), ao mesmo tempo que estou do outro lado da barricada para aquela *não* relação que já dura há já quase um ano. E, ainda por cima, ontem não consegui estar contigo no festival (também ia ser uma confusão do caraças, já deu para perceber) e hoje ao falar contigo pela Internet não me despedi com grande convicção (estava ocupado, distante e, sinceramente, não me apeteceu). Gostei que tivesses sido tu a tomar a iniciativa de começar a conversa, mas também o que me isso realmente importa? Preferia que lesses estes textos? Provavelmente não, sinto que já revelei demasiado sobre mim - também o fizeste, mas eu, ao pé de ti, não conseguia ocultar nada.

Por isso esta separação de duas semanas vai ser boa, vai fazer-me bem à cabeça e ao coração.

E gostava que tivesses saudades minhas. E gostava que a tua cabeça te pregasse partidas e te fizesse sentir coisas inesperadas em relação a mim... e sim isto é imaturo, infantil e invejoso. Mas é como me estou a sentir. E é por causa de isso que agora faço alt-tab para ver se no Gmail tu, por acaso, fazes um login para veres o mail antes seguir de férias... e tento decidir se te envio um "mail de despedida" (despedida de quê? porquê? para quê? para te/me chatear?.... para continuar a sonhar com o que não vai acontecer... realmente devia era mas é ir descansar, uma vez que os 30 minutos estão a acabar. O problema é que fiz batota e fui fazendo outras coisas ao mesmo tempo que te escrevia e ... começo a sentir que o meu maior problema é não saber o que quero... e agora ir fumar um cigarro, antes de ir dormir. Raio de hábito).

2010-07-14

Parte dois

Era para ser um grito. Devia estar revoltado, mas agora não me sinto assim. É engraçado ver que a presença de amigos verdadeiros fazem toda a diferença. Saber que posso contar com o apoio de outras pessoas ajuda a ultrapassar esta sensação de vazio e solidão que ocasionalmente sinto. E embora esta não tenha sido uma situação extrema, houve ali um, ou outro momento, em que me perguntaram se alguém tinha morrido. Quando confrontado com uma afirmação desta importância, apenas me posso rir. Realmente vivo as situações de forma intensa e, aparentemente, sou mais expressivo do que me apercebo. Imagino, ingenuamente, que talvez isso seja uma qualidade. Apenas posso dizer que neste momento estou a sentir-me bem.

É engraçado, não houve nada que tenha mudado assim radicalmente de um momento para o outro, mas verifico que as minhas depressões são realmente temporárias. Provavelmente amanhã volta, ou quando ela me voltar a envia uma mensagem, mas o que fazer? Faz parte, não funcionou, acontece... get on with it. E quando ela, ou eu enviarmos a mensagem, espero reagir como agora me estou a sentir. Filmes vou fazer sempre, faz parte da minha personalidade, mas sei que me controlar um pouco por dentro consigo melhorar. E por esse caminho que quero continuar.

... ao mesmo tempo que ouço uma voz pequena na minha cabeça a dizer que não, isto ainda não acabou e que ainda não tivemos o último episódio desta telenovela. A essa voz, que vai perdendo intensidade à medida que vou escrevendo estas linhas, digo pura e simplesmente "esquece lá isso". 


(...)

Achei curioso ter hoje partilhado a história com duas pessoas diferentes - a primeira delas é amiga, a outra já é Amiga. Sinceramente não sei se fiz bem na primeira, mas estava a rebentar pelas costuras, precisava de gritar com o mundo. Precisava de partilhar com alguém que não me conhece assim tão bem (ok, trabalha comigo e sabe perfeitamente como é o meu feitio) estas coisas que me andam a acontecer... era o mínimo, afinal, tinha-lhe pedido no outro dia alguns conselhos para um encontro. E, na verdade, elas não se conhecem o que torna tudo mais fácil . E ela conhece-me apenas um pouco... e isso um momento de partilha de mágoas, tornou-se numa oportunidade também para a conhecer um pouco melhor, para partilhar histórias. E o resultado foi bom. Fiquei a conhecer mais um pouco do icebergue que é essa outra pessoa e, na realidade, fiquei um pouco surpreendido. As expectativas do que não conhecemos e assumimos são sempre injustas e redutoras.

Com a outra, a conversa voou e é sempre fácil. Tão fácil que aproveitámos e falámos de umas coisas que andavam cá entaladas há já uns meses. Ouviu-me a desabafar, uma versão resumida (a história já me começa a enjoar, cansar... irritar) e, por causa de um rumo inesperado que a conversa tomou, teve que me ouvir a reclamar sobre uma atitude "parva" que me andava a incomodar particularmente. E saiu, pura e simplesmente saiu... começo a criticar, de forma simpática e diplomata claro está, a pessoa que me veio ajudar. E mesmo que não tenha encaixado - ela diz que não, eu acho que em parte sim - acho que nos sentimos mais amigos por conseguirmos falar disso.

Sinto que cresci um pouco hoje e isso fez-me sentir bem. Por isso não vou gritar com o mundo... pelo contrário. Vou apreciar calmamente alguns destes momentos de paz enquanto cá estou.

2010-07-13

Grito para o mundo, parte um

Às vezes acho que o "Karma" não gosta de mim. Talvez isto seja um sentimento parvo de auto comiseração, mas não me importa. É o que estou a sentir hoje e, por isso, apetece-me gritar com o mundo. Apetece-me dizer mal das situações que andam a preencher a minha vida, embora no fundo saiba que não tenho grandes razões de queixa. Quero libertar esta frustração que deixei crescer dentro de mim e, por isso, vou desabafar aqui...

Depois de ter tido uma noite praticamente de sonho - o encontro perfeito, com momentos memoráveis, dignos de cinema, sou surpreendido com um final inesperado. É, no fundo, tudo o que quero! Ser convidado, por uma razão parva para subir a tua casa e quando dou por ela, estamos enrolados no momento de intimidade pelo qual ansiava há pelo menos uns meses.

Corre tudo, mais ou menos bem. A química não é perfeita, sinto alguma estranheza de ambas as partes, mas penso "Oh, isto é normal... afinal a intimidade é uma coisa que se cria e ao início é sempre estranho. Porque é que hei de estar agora a arranjar razões para estragar isto". Passo a noite em tua casa, dormimos (pouco, muito pouco) agarrados (semi-agarrados, afinal estamos na mega vaga de calor que ocorre no momento menos indicado do ano)... mas algo fica no ar. Algo que temos que falar, mas que inconscientemente não abordamos essa noite.

Para quê? Decidimos um encontro para mais logo, depois do dia de trabalho e essa será a melhor altura para falar... eu tenho que falar... quero perceber onde estamos, o que aconteceu e o que queremos fazer em relação a isso. Sinceramente, não faço questão de namorar, por enquanto, mas não é uma ideia que recuse, pelo contrário. Estava a imaginar que fosse possível. Interessante. Por isso, começo a criar um turbilhão de emoções (como faço sempre) à medida que me afasto do prédio. Estou nervoso, ansioso... quero viajar num instante para o futuro, quero que as próximas nove horas de minha vida pura e simplesmente desapareçam. Quero voltar tua a casa. Quero levar-te a minha casa...

É uma manhã sofrível, subsisto graças à ingestão lenta de alguns cafés e uso um sentimento de responsabilidade (ou culpa?) associado a alguma ética profissional para fazer alguma coisa de útil. Começo a questionar o que aconteceu, começo com o diálogo parvo interior que mais parece uma contradição parva saída de uma sitcom de baixa qualidade "Isto não vai correr bem..." "Ah vai! não viste a voz de contente dela ao telefone quando ligaste?" "Contente? Como contente?" E apercebo-me que estou preocupado. "Tens de estar calmo, tens de controlar a situação, tens que saber o que fazer. E é simples... apenas queres falar...". Não é colocar um rótulo das coisas como tu costumas dizer. Pode ser uma atitude parva, mas eu funciono assim. Preciso de falar sobre as coisas, mesmo que não vão resultar bem. Depois de as sentir, de as ter vivido gosto de as interpretar, de ver como os outros as interpretaram. Ver se há pontos de contacto, ver como os outros viram o mundo pelos olhos deles... No fundo, quero ver se estamos a pensar de forma compatível.

De tarde começo a pensar que era giro dar-te uma lembrança, uma coisa pequena. Um pequeno gesto de afecto, algo que demonstre "Ah, este tipo até é um romântico!". Uma rosa vermelha, sem arranjo, simples... Valido a ideia com uma amiga e sim, convenço-me que não é uma atitude parva. E, quando dou por ela, já é de tarde, praticamente hora de sair. Afinal, entrei bastante mais cedo... se calhar ainda consigo descansar um pouco antes de ir ter com contigo! "Só estou com 2 horas de sono em cima", racionalizo. Sim, vai ter que ser um encontro pequeno, ao contrário de todos os outros que andamos a fazer, que duram sempre até altas horas da noite.

Saio da estação de comboio, vou ao centro comercial onde me lembro vagamente que existe uma florista e dou-me de caras com um "Volto Já" afixado na porta de vidro. Logo agora que me queria despachar, que queria ainda dormir uma sesta antes de ir ter contigo, para ver se fico minimamente desperto! Mas não, logo hoje que quero ir comprar uma flor, a loja tem que estar fechada! Parecem os 15 minutos mais longos da minha vida. Exagero? Sinceramente, acredito que não. Mas a dona, eventualmente, regressa. "Ah, deve ter mesmo chegado quando eu saí". É cordial, simpática e nem reparo na demora... apenas penso "Por favor, vende-me rapidamente uma rosa vermelha para eu ir para casa!". E sim, tem e está tudo bem. É cara (afinal estamos em Lisboa), mas o que isso importa?

Nada... até que começo a andar e recebo o telefonema. "Uma amiga minha está cheia de problemas. Está mesmo mal e precisa que eu a vá ajudar. Não podemos jantar hoje." Coincidência? Verdade, ou uma mentira infantil? Sinceramente, não me interessa muito e consigo vencer a desilusão da expectativa criada durante um dia, porque assim sei que vou conseguir descansar durante a noite. Podias ter-me ligado uns minutos antes, mas pronto, já se sabe... estas coisas funcionam sempre assim não é? E mando uma mensagem quando chego a casa a oferecer ajuda se precisasses de alguma coisa. Na realidade,  acho que adivinhei nesse momento o resto da história. Não é uma questão de autoconfiança, ou de incerteza. Aliás, nesse momento, foi mais a certeza que algo *não* ia correr como eu desejava.

E não me enganei. Só me faltou foi o pormenor da viagem para a Alemanha que tão rapidamente me foi oferecida, como me foi retirada. Raios, é que tinha sido na altura perfeita. Estou mesmo a precisar. E, ao invés disso, ando a escrever aqui enquanto faço mudo de janela com alguma frequência para ver se já me respondeste aos e-mails que começámos a trocar entretanto... e acabaste de o fazer.