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Não tenho utilizado este espaço para fazer as minhas reflexões. Tenho utilizado outro, também através do computador, que é mais interactivo. Envolve uma resposta quase diária aos pensamentos que efectuo e tenho que admitir que essa interactividade tem-me seduzido mais que a mera escrita passiva aqui. Esta é, no entanto, uma pausa temporária.

É engraçado, não me estou a ver a abandonar a este passatempo num futuro próximo. Estou a chegar a uma fase em que já estou estabilizado na vida profissional (que felizmente parece estar a correr perfeitamente bem - na minha opinião, espero não estar enganado), mas sinto que preciso de organizar um ou outro pensamento recorrente. A necessidade de partilha de espaço, de convívio com alguém.

Findo este mês estou claramente a habituar-me a viver sozinho e sei, sem qualquer ponto de dúvida, que não fui feito para viver só. O que é engraçado e porque preciso de algum tempo meu (não sei a até que ponto os outros se apercebem) para conseguir partilhar o meu espaço. Mas esse tempo não é muito, logo não se torna restritivo. Olho para o passado, para o último ano e meio da minha vida e a verdade é que partilhei uma casa com 5 pessoas diferentes e dei-me bem com toda a gente (excepto com a outra "besta" que ninguém tinha paciência - "Santo também tem saco" já o outro dizia).

Agora, gosto de organizar jantares cá em casa, sessões de karaoke porque... gosto pura e simplesmente partilhar espaço com outros.

E penso no conceito de estar acompanhado nos domingos de preguiça a ver televisão. A fazer programas a pares. E sei, admito-o que tenho saudades. Não daquela pessoa em concreto. Mas a ideia dela, de me sentir mais "completo" de ter encontrado o que ando a sentir falta agora (mas continuo duvidoso - estou mais céptico, mais reticente). Por outro lado estou mais exigente: não me vou "resignar a uma ideia", como já o fiz no passado. No meu caso, não funcionou nem vejo que vá funcionar no futuro. E sei que estou ansioso por causa desse "risco".

Ansioso para ver se mais alguma coisa vai surgir na minha vida.

(...)

Independentemente do que dizem, do que vejo, a verdade é que há sempre por aí possibilidades e, acima de tudo, histórias mal resolvidas agora no presente. Simm tu continuas a querer prolongar a nossa "relação" (brincamos muito com o termo é verdade), mas desta forma como ela está actualmente vai ter que esmorecer em breve. Pelo menos o íntimo. O tempo e a distância hão-de tratar disso. E eu também. Agora, como fazê-lo com tacto é outra questão. Não quero perder a nossa amizade, que aprendi a prezar bastante e esta dualidade não torna a separação fácil. Já ando a dizer isto há uns meses... enfim.

(***)

Listening to: Indiegente de 2010-02-10 (o que começou à meia-noite). Está a tocar no novo álbum dos Massive Attack.

Sobre a imagem. Glimmer of hope - a informação está por mesmo por debaixo (estou preguiçoso).