2009-10-30

Acabei... (e sementes)

A "tese" está acabada. Estou contente, o feedback de um dos professores que review o rascunho foi bastante positivo e só me deu recomendações "menores" (uma gralha aqui, outra gralha ali). Sinto-me bem. E acabei com uns dias de avanço.

Na realidade, aquilo não se qualifica como uma tese "a sério". Quer-se dizer, tem um formato e tamanho de um artigo científico e serve apenas de resumo das reflecções que fiz agora que estou a chegar ao final do mestrado. O trabalho a sério foi efectuado ao longo do ano e isto é apenas um grande ponto final.

É verdade. Falta pouco mais de um mês para a boa vida acabar. Agora sim, posso começar a sofrer por antecipação. A boa vida chega ao fim. A vida de estudante que ando a levar está, sem dúvida, a acabar. E tenho alguma pena, mas sei que por um lado já tenho saudades de receber ordenado. Já tenho saudades de Lisboa... saudades de abandonar este parenteses que está a ser a minha vida. Um parenteses engraçado, que hei-de me lembrar com saudades. Particularmente este último semestre.

Agora é que fiz as contas - este blog, que fez agora dois meses está a acompanhar-me desde, praticamente o início desta recta final. Definitivamente, está a ser o seu propósito. Das duas uma: ou ainda não me tinha apercebido disso ou então, esqueci-me dessa coincidência (tenho que ir rever os posts iniciais. Ao início era mais fácil, mas agora já dá algum trabalho :)

(...)

O meu pai bem precisa de uma ocupação do género. Ele em vez de ler, devia aproveitar e escrever. Desabafar sobre o que lhe vai na alma. Ele pinta, mas é algo criativo. Não o ajuda a resolver a depressão em que se está a afundar. Realmente, se tivesse apenas 40% da minha visão, ouvisse mal e fosse teimoso até dizer não, também teria problemas em me orientar. Parece-me um tópico interessante para desenvolver noutro post (agora parece que estou semear ideias neste! E porque não, à custa destas sementes já encontrei título e imagem para este post).

(***)

Listening to: Conjunto de músicas que vou passar amanhã. Engraçado, desta vez estou muito mais relaxado, independentemente do ambiente ir ser (quase de certeza) mais agressivo. Mas pronto, nada que não vá ultrapassar. Primeiro ainda vou ter amanhã o desafio do reencontro com os meus chefes. Mas será uma história para um outro post. E no sábado volto à carga nas pistas de dança. O factor novidade já se desvaneceu completamente. Não estava à espera que fosse tão rápido.

Sobre a imagem: Mais uma vez do DeviantArt, chama-se "Seeds" e é do autor Cristian-M. A página original encontra-se aqui.

2009-10-28

Vícios

Hoje não resisti. Adoro perder-me no mundo das séries e filmes. São histórias onde consigo abstrair-me da realidade que me rodeia, principalmente antes de ir adormecer. Gosto particularmente de fazê-lo enquanto ainda consigo manter-me acordado ao final do dia (hoje também não é difícil com o barulho que me rodeia! Os animais - nome simpático com que baptizámos os nossos vizinhos de cima).

Por isso aproveitei para saciar um pouco desta minha sede. O problema é sempre o mesmo - autocontrolo. Quando acaba um episódio, tenho logo vontade de ver o que vai acontecer a seguir, indepentemente do que isso faz ao meu descanso. Até hesitei vir aqui - o factor novidade já passou, é verdade e tenho andado demasiado ocupado nos meus momentos íntimos para conseguir actualizar este espaço (teria facilidade em dizer-lhe olha, preciso de ir escrever uma coisa, provavelmente falar sobre ti para no meu diário, mas isso não seria muito correcto). E hoje tive que ver dois episódios de séries distintas antes de decidir vir aqui. Foi uma espécie de recompensa por um dia de trabalho bem efectuado. O engraçado é ter de me basear nestas artimanhas estranhas para justificar as minhas "recompensas" e não me sentir mal no processo. Pelo menos enquanto tiver noção dessa artificialidade consigo saber quando estou a tentar enganar-me.

É incrível que fico com mais sono quando estou activo a escrever estas palavras, de que quando estou passivo, relxado e pouco concentrado a ver algo no computador. Estaria sempre à espera do contrário. Ui, a trocar os olhos, sem ouvir música (isto é uma novidade) e a ter que me levantar daqui a 7 horitas para o dia mais complicado da semana antes de sexta. Ao menos, fica já feita essa entrega na faculdade e, quando der por ela, tudo que vou escrever vai passar a ser maioritariamente para aqui.

(***)

(2009-10-28) - fiz pequena revisão ao texto pois apercebi-me que tinha incluído palavras que não faziam grande sentido, o que foi, quase de certeza, causado por causa do sono. Decidi também acrescentar uma imagem.

Sobre a imagem: procurei pela palavra sonolento na internet e encontrei outro site de arte engraçado, chamado redbubble. Esta imagem estava lá exposta, com o título "Sleepy Fire", do autor sgame. Engraçada a montra do senhor.


2009-10-26

Esplanadas

Tive que aproveitar o facto de hoje estar um tempo espectacular (sol, poucas nuvens ainda bastante calor – estamos quase em Novembro e continuo a passear de calções e T-Shirt) para vir aqui aqui a uma esplanada nova avançar um pouco o trabalho. Correu bem, consegui finalmente desenvencilhar uns parágrafos que me estavam a incomodar bastante: queria ter referências bibiolográficas, falar de coisas não objectivas, psicológicas e, já agora, conseguir falar disto tudo de uma forma “decente” no artigo. Esta forma decente é o que me chateia – tem de ser algo que me agrade a mim, como escritor daquele texto e também tem que agradar a mentores portugueses e americanos. Ter de encontrar um compromisso honrável entre estres 3 pólos é, por vezes um trabalho ingrato, mas penso que desta vez o consegui fazer. Consegui mencionar os problemas de uma forma educada, consegui referenciar os artigos que já tinha encontrado (em frases coerentes) e acima de tudo, consegui dizer uma coisa que faz sentido e até se consegue aplicar. Estou contente com o rumo que artigo está a tomar. Hoje resolvi a parte mais complicada e fica-me a faltar qualquer coisa como uma página e revisão, algo que consigo fazer nas calmas até sexta-feira.


Sensação estranha esta de … estar tudo a correr conforme o plano? Tenho conseguido fazer tudo: muita diversão, algum trabalho e actualizado o meu espaço aqui. Quando corre tudo bem sabemos que vem sempre alguma coisa aparecer que interrompe essa sensação. É normal, mas se não está nada mal agora porque é que me estou a preocupar e a ter essa ansiedade? Quando vier, que venha – vou ter de viver com isso. Agora estar aqui a pensar na vida, a escrever como tenho conseguido corresponder aos meus objectivos e aperceber-me que o positivo vai acabar é parvo. Sim, tenho é de pensar que hoje à noite vou ver Oquestrada ao vivo.

(…)

Estou curioso. E quando o dia acabar hoje, já fomos ver Deolinda e Oquestrada juntos e ficam a faltar 2 concertos: Franz Ferdinand e U2. E aposto que se te chateasse ainda vinhas ver os Massive attack. Hum…

(***)

Listening to: Banda Sonora do Guitar Hero 5.

2009-10-25

Descanso

Já passou mais tempo que normal, mas não tenho tido disponibilidade para vir aqui. Por um lado, tenho estado a avançar a bom ritmo o meu trabalho para o mestrado e, por outro lado continuo no long date intenso e prolongado. Não posso simplesmente abandonar-te para vir para aqui, mas aproveito este pequeno momento - em que finjo, mais uma vez, estar a trabalhar - para vir pensar um bocado aqui.

Gosto destes domingos passados na cama, a ver séries. Agarrado a alguém. Já estamos uma grande intimidade e não estou assustado. As circustâncias estão a meu favor e estamos a aproveitar ao máximo o que podemos. E é bom saber que está ali alguém na minha cama a descansar depois de uma noite agitada (e vão duas seguidas, qualquer dia fico sem pulmões, fígado e dinheiro... mas preocupo-me com isso no final deste ano). E depois na noite não nos poupamos com as figuras que fazemos em público. Agarro-te, colocas os braços à minha volta e é a loucura, verdadeiramente... e desta vez, estou com alguém que gosta da mesma música que eu. Tivemos um momento particularmente engraçado quando deu a Pussy dos Rammstein - deu no carro a caminho do local e rimo-nos bastante com a parolice da letra. Quando voltámos a ouvi-la, no meu da pista de dança, agarrados... não resistimos. Foi mesmo cómico. E quem estivesse a olhar para nós devia estar com uma expressão do tipo "... Mas que raio se passa ali!?".

Estás a dormir pacificamente, de barriga para cima, totalmente coberta pelo edredão. Olho-te com inveja, porque gostava de estar deitado ao teu lado a dormir mais um bocado... com as pernas entrelaçadas. A sensação de calor humano é, sem dúvida, uma das coisas que gosto mais no contacto físico (suspiro - provavelmente porque estou a ouvir uma música completamente lamechas, mas ajuda-me a concentrar).

(...)

Depois os planos saiem sempre furados. Em vez de estar aqui a escrever, estou a antecipar com um amigo a próxima sexta-feira pelo skype, onde vou passar música a partir do meu computador para um evento que ele está a organizar. Agora já estou mais habituado a esta coisa de passar música - continuo meio nervoso antes de começar, como antes de fazer uma apresentação em público. Meio nervoso... é mais um grande "ataque" de ansiedade, mas que passa rapidamente quando começo a fazer o que é suposto. Sempre fui assim profissionalmente e estou a ver que mesmo neste hobby que arranjei é a mesma coisa. Mas a sensação é desagradável e estou a começar a senti-la um pouco por antecipação para o próxima dia. Acho que preferia sentir-me mais à vontade, mais relaxado. Interrogo-me se isto é completamente causado por falta de habituação. Tem também a ver com o estar a "jogar fora de casa" - gostos musicais são sempre relativos e estou curioso para ver o que vai acontecer.

Admito, quero que o pessoal fique Ah, olha que ele até passa música fixe! Faz parte da minha necessidade de massajar o ego - sou honesto aqui. Quero reconhecimento, se bem que, provavelmente, a maioria do pessoal nem se apercebe do trabalho enquanto se fazem passagens, da criatividade que é preciso ter. A parte estúpida, é que depois tenho que ficar no mesmo local a noite inteira, as conversas são fugazes e apenas estou a contribuir de forma indirecta para a boa disposição dos outros. Por um lado é fácil - não tenho que ouvir ninguém, não tenho que falar com ninguém (excepto os bêbados que se colam à cabine). A longo prazo isso não é bom, mas também não o estou a considerar repetir muitas mais vezes. Tem sido divertido, mas também gosto de estar com o meu grupo de amigos a falar de banalidades. A relaxar.

Ainda por cima vai ser com o meu computador, que é bastante mais sensível que uma mesa de mistura. Computador e copos. Medo.

(***)

Listening to: Ray Lamontagne - Gossip in the rain

Sobre a imagem: a primeira palavra que me veio à cabeça foi "onda". Procurando, mais uma vez no google images encontrei este site com esta foto do Sr. Clark Little. Não sei se tem título, mas encontrei numa galeria chamada "The Most Beautiful Waves... Ever", o que me parece uma designação mais do que válida.

2009-10-23

Quase dois meses?

Hoje apercebi-me do peso do tempo - no bom sentido. Amanhã vou passar música num bar/discoteca da minha terra natal (daquelas coincidências da vida que ainda estou para perceber como acontecem) e sentia que já tinha falado sobre uma coisa semelhante neste blog. Procurei e encontrei o texto que escrevi à posteriori desse evento aqui. E depois vejo realmente o que já aconteceu desde esse início de Setembro. Percorri os olhos pelos títulos dos posts, aproveito o modo de leitura simplista que existe no ecrã de administração do blog (facilita a leitura furtuita de alguns textos) e vejo tudo com grande nitidez. É engraçado, parece que estou a olhar para um álbum de fotografias onde apenas palavras servem de gatilhos para memórias que tenho aqui muito bem guardadas.

Quer dizer, quando algo acontece há um mês atrás não parece assim tão distante, mas se começar a contar todos os posts que já entretanto escrevi, parece que já processei uma grande quantidade de informação. Admito, a temática não costuma variar muito, mas senti-me admirado quando constatei efectivamente quanto tempo já tinha passado e quando me apercebo da evolução que o espaço tem tido. Reparo que ao início não fazia posts tão extensos - estou, efectivamente, a escrever mais depressa. Suponho que essa habitação seja normal, porque é o que acontece com os rituais. Tinham também menos imagens, mas parece que agora a cada nova entrada preciso de mais um item decorativo. Não bastam as músicas por baixo. E depois parece que estou a reler capítulos de uma história que vivi ainda ontem...

(...)

Agrada-me particularmente do efeito benéfico que isso está a ter no meu curso. Hoje despachei um trabalho escrito de 2 páginas (com algumas tabelas, mas na realidade era quase tudo texto corrido) em apenas 1 hora. E estava bom... não, muito bom (!)

(...)

(01:26) Acabaste de me mostrar a foto de um poster onde está o nome do meu alter-ego que vai passar música amanhã. Ainda não consegui deixar de sorrir. Por isso e por causa de ter recriado no messenger a conversa parva que o pessoal teve ao jantar. Preciso realmente de desligar todo o tipo de instant messaging enquanto aqui estou. Não me deixa concentrar, acabo por demorar mais tempo do que quero e interrompe-me o pensamento.

(...)

Entretanto lembrei-me de um dos objectivos inciais deste post. Falar da minha obcessão a seleccionar músicas... fica para depois. Provavelmente vou consegui-lo fazer amanhã, de tarde enquanto preparo as músicas no bar... porque não?

(***)

Listening to: Parte da selecção que vou ter amanhã. Prevejo cerca de 6,7 CDs com mp3s, o que equivale sensivelmente a 40 horas de música - de onde vou ter de seleccionar 4. Um pouco de tudo, mas com uma maior incidência sobre o rock alternativo, o neo-post-punk rock e alguma electrónica. Interrogo-me se ela virá e pergunto-me sobre que dotes de sedução espero fazer, enquanto estiver com uns auscultadores atrás de uma cabine.

Mais, se as duas estiveram no mesmo sítio :) muita garganta, sem dúvida, mas só quero é mesmo deixar uma boa imagem. Vamos a ver.

Sobre a imagem: comecei a procurar no Google, Wikipedia Commons e acabei por encontrar o que queria no DeviantArt. "Hourglass", da artista InertiaK - a página da montagem está aqui.

2009-10-22

Sem propósito

Hoje vim para cá sem propósito. Acho que é a primeira vez, desde há muito tempo que não tinha nada para confessar e para falar contigo. Estou a dirigir-me a ti, espaço estranho onde páro para reflectir. Onde ínicio este ritual em que estou a olhar para as minhas mãos e não para o monitor, como costumo fazer.

Reparo na cadência com que atinjo as teclas para ver se aquilo que me saí é mesmo aquilo que quero dizer. É engraçado, hoje é mesmo um dia em que não tenho novidades. Não sinto nada de novo... bem isso não é totalmente verdade. Sentir até sinto, há cá uma pequena sensação que vai acordando um pouco mais a cada dia que passa. Já vou a mais de metade desta última etapa no mestrado. Já iniciei os contactos de regresso para o meu local de origem e, por causa disso, começo a olhar para os pequenos rituais com saudade. Porque sei que estão a terminar. O cigarro que fumamos quando estamos a fazer uma pausa da escrita e falamos de barbaridades sem sentido. Do percurso que faço até ao departamento, que é tão familiar com o que fazia há uns anos atrás. Das compras em conjunto que faço no hipermercado. Da ida para a cantina com a malta. Das pausas para lanchar uma sandes mista prensada. Os locais. As pessoas.

Pequenos hábitos que se criaram e que, desta vez, acho sinceramente que é a última vez que os volto a repetir, desta forma sistemática.

Ainda não me sinto triste por saber que isto vai acabar - consigo colocar esse facto num compartimento porque sei que ainda falta mais de um mês. Pouco mais de um mês para abandonar este espaço que nunca considerei como meu. Este quarto que agora remodelei um pouco, a quem dei um pouco de carácter. Remodolação? Enfim, apenas tive que tirar o colchão da cama porque, para além de ter um estrado extremamente deconfortável, nunca ouvi cama mais barulhenta que esta.

Sim, se tiver problemas em fazer confissões destas aqui, onde é que as farei?

(...)

Ainda ontem falava contigo sobre estas questões, sobre o que nos damos a conhecer. Neste caso, quais são as escolhas que faço quando escrevo uma palavra, em vez de outra. Tu falaste da tua escrita, de como te sentias constantemente insatisfeita com o resultado final. Eu raramente me sinto insatisfeito (ontem por acaso foi um momento em que me senti), mas quando sinto, refaço as coisas de forma iterativa. E quando começo a detalhar algum tópico sobre essa temática sou bastante mais cauteloso, admito. Eh pah, este é o meu espaço, o sítio onde tenho os meus devaneios, mas não é um espaço para onde venho detalhar pormenores sobre a minha vida sexual. Apenas o faço em ocasiões muito raras, com audiências muito seleccionadas e se estiver a beber alguma coisa. Neste momento, acho que só tenho a audiência seleccionada, porque escrever aqui não é grande novidade (não deixa de ser especial por isso) e apenas bebi meio litro de chá verde há bocado.

Por isso... "porto-me bem", sou "socialmente correcto" e arrisco menos. Também, acho que continuar a escrever com o sono que tenho não pode fazer bem. Amanhã deixa-me contar quantas correcções e alterações faço ao texto. Estou curioso.

(***)

Listening to: She Wants Revenge - This is Forever

sobre a imagem: O link original está aqui e pertence, novamente, ao DeviantArt pelo utilizador discurrere. Procurei de forma aleatória por labirintos e encontrei esta imagem que, aparentemente, não tem nada a ver. Mas a página apareceu por cause de um dos filmes favoritos do autor - o Pan's Labyrinth, que, só por acaso, é um filme extremamente bom. Por acaso estive quase a colocar como imagem uma frame muito famosa. Qualquer dia uso-a.

2009-10-21

Novo eu - em relação a ti.

Fez-me muito bem falar contigo hoje, porque limpei a minha cabeça de ideias parvas. Ok, ainda não totalmente, mas sinto que mudei a minha postura. Acabaram-se as mensagens com anzóis para te baralhar. Sinto que fui honesto, sincero, porque larguei o jogo da sedução... e isso tornou a noite mais relaxada e simples. É bom conhecer gente nova, com pensamentos diferentes do que estou habituado. Independentemente do que dizia ser um pouco premeditado, apercebi-me a meio da noite que a minha linguagem corporal estava perfeitamente coerente com a minha postura: dei-te toda a liberdade para falares (aliás, brincámos com essa situação, porque para uma pessoa calada, falas pelos cotovelos quando estás comigo), afastei-me um pouco da mesa e coloquei-me numa postura relativamente defensiva. Respeito-te e eu não quero tomar nenhuma acção que vá noutro sentido, por isso não quero que cries ideias em relação a mim - agora não. Não enquanto eu estiver envolvido com a tua colega. É tudo muito mais fácil enquanto estiver a ter uma postura amigável, quase de "irmão mais velho" que te ajuda a desanuviar e que ouve os teus desabafos. Havemos de ir tomar outro café e tem de ser desta forma.

(...)

Na próxima sexta-feira é que vai ser! Mais uma vez a passar som num pequeno bar/discoteca com mesa de mistura a sério, para um público que espero não ser muito difícil. Mas com muita gente conhecida, o que parece que dificulta um pouco a actividade. Mas não há de ser nada. Diverti-me mesmo muito da outra vez. E, com um bocado de sorte, vocês as três... aliás duas, estarão debaixo do mesmo tecto. Incrível, abandono o fabrico de um filme e começo logo a imaginar outro. Porque é que sou assim - que raio de necessidade parva é esta? Conheço-me bem, sei perfeitamente o que esperar de mim e isto é normal. Mas gostava de conhecer a verdadeira origem desta minha forma de pensar. O que é que ganho em ser assim? Enfim. Vou dormir, que ando cansado (não me deixas descansar) e recuperar o sono - o que conseguir. Acho que o cansaço está a afectar a minha escrita e capacidade de pensar.

Argh.

(***)

Listening to: She Wants Revenge - She Wants Revenge (2006)

2009-10-19

Desabafo

Depois de falar contigo decidi fazer o acertado. Soube mesmo bem. O diálogo interno que este espaço permite, por vezes deturpa-me o bom senso. Não me respondem aqui, não me fazem ver o outro lado. Continuo aqui, com os meus devaneios, no privado, no meu mundo, onde posso dizer o que me apetece. Sem consequências. Por isso é que gostei de ter arriscado ter-te dido o que disse hoje. Mostrei um lado humano, imperfeito, contraditório e tu, falando pouco, dizendo o óbvio - o que já está à espera, não me deixaste ignorar o que considero decente em mim. Não o fizeste propositadamente e nem te apercebeste do efeito que tiveste em mim. Por isso, não vou continuar a aumentar esperanças erradas a quem não as merece. Vou ser honesto, cordial e doce, na medida do possível. Não lhe vou falar de nós. Não vou deixar de falar com ela. Vou tomar este e outros cafés com ela. Quero falar com ela e perceber o seu mundo. Mas também não a vou trazer para esta "brincadeira" sem ela saber. Nós tomámos a decisão conscientes do que estavamos a fazer. Ela não e isso não é justo. Independentemente das experiências novas que pudesse viver. Existem sempre consequências para os meus actos, por mais que queira ignorar isso. E uma das coisas que quero é continuar-me a olhar ao espelho sem sentir vergonha.

Há uns meses que ando a consegui-lo e gosto bastante da sensação.

(...)

Agora vou ver o Dexter. Nada como ver a história de um psicopata que é bom da fita, para me fazer sentir bem comigo mesmo.

(***)

Listening to: O ventilador da UPS dos meus pais a trabalhar.

2009-10-18

Coincidências

Hoje estou a experimentar uma coisa nova. Passo a explicar: quando venho visitar os meus pais costumo isolar-me na sala pequena a trabalhar (ou digo isso quando na realidade ando por aqui…) mas hoje decidi vir ter com o meu irmão e cunhada e sentar-me com eles na sala enquanto eles vêem filmes e séries. Ah... Domingo passado de uma forma decente. Eu estou supostamente a escrever para a tese, o que é relativamente disfarçável porque basta um toque rápido de duas teclas e consigo exibir o texto que deveria estar a escrever. Esse vou atacar daqui a bocado, mas agora preciso de fazer uma reflexão sobre os acontecimentos de ontem.


(…)

As coincidências da vida são tramadas. O que pode acontecer por causa de uma conversa aleatória, sem grandes preparações continua a surpreender-me. Ontem fui jantar com os meus amigos num evento típico da minha terra natal. Estive com pessoal com quem já não estava há já algum tempo e, vindo do nada, uma amiga perguntou-me pelos quadros do meu pai. Se ele ainda andava a pintar. Agora que entrou na reforma, como tem mais tempo livre, deve andar a produzir mais quadros. Andar anda, mas de forma lenta.

Primeiro acho que a tenho de relembrar do seguinte:  O meu pai teve um glaucoma grave, foi-lhe mal diagnosticado um oftalmologista e tomou medicação que lhe afectou bastante a visão, consequentemente teve que ser operado aos dois olhos e neste momento deve ter qualquer coisa como 50% da visão. Consegue pintar, mas não deve - não pode (!) - abusar da sorte - concentrar a visão pode implicar um esforço que pode ser excessivo para os olhos. Portanto, ele tem que ter juízo e apenas gastar uma parte pequena do seu tempo livre a pintar. Senão arrisca-se a perder, de uma forma definitiva, a capacidade de ver.

Depois descrevo a realidade que conheço (afinal só estou cá ocasionalmente ao fim de semana e não consigo ver o que ele anda a fazer no resto do tempo). Ele tem pintado alguma coisa, mas como passou 15 anos sem vender nenhum quadro, tem a casa cheia deles. Precisa de motivação para fazer novos e decidiu que a venda pode uma forma de encontrar essa motivação. (E acredito que, como bónus, também lhe faça bem ao ego, o que é sempre bom).

Nesta altura ela pergunta-me, com algumas reservas, se o meu pai está a vender todos os quadros estão no blog dele. Eu digo que sim e os olhos dela começam a brilhar. Há um quadro em particular que ela estava muito interessada e pela descrição, acabei por reconhecê-lo. Digo que vou perguntar ao meu pai se está para venda e qual o preço. Como estamos no tal evento, onde toda a gente da cidade acaba por vir, encontro lá os meus pais e meto-me com eles: "Já arranjei comprador!". Ficaram interessados, acertamos pormenores e depois digo à minha amiga o preço. Obviamente, ela quis de tal forma o quadro que repetiu de forma incessante - ainda não tínhamos bebido o suficiente para ficarmos trocados, logo o incessante vinha mesmo da vontade de ela comprar o quadro: "Não te esqueças de dizer ao teu pai! Eu compro o quadro."

E pronto, voltei a ver o meu pai antes de ele se ir embora e ficou o negócio apalavrado.

Até que a minha mãe chegou a casa e decidiu ir ao computador. Precisamente naquele dia, uma colega dela pergunta-lhe por e-mail se o mesmo quadro estava à venda e qual o preço. Ok, até aqui tudo muito bem, uma coincidência simples, mas parece que a senhora, colega há já alguns anos da minha mãe já tinha feito diversas tentativas de compra do quadro. Parece que o adorava, mas o meu pai não o vendia. Azar do caraças... por uma questão de duas horas, uma insuspeita compradora passou-lhe à frente. Hoje, a minha mãe ainda tentou, de uma forma indirecta, atirar o barro à parede a ver se a minha amiga "estava mesmo interessada no quadro". Argumentei de forma linear, rápida e precisa para não haver dúvidas. A colega da minha mãe vai ter direito a um prémio de compensação, que é um quadro feito propositadamente para ela, o que, sinceramente, não é nada mau negócio... mas pronto, parece que vai ficar "extremamente triste e desgostosa".

Engraçado, releio a história e parece menos especial. Lá está, como estive no meio do fogo senti-a de forma diferente, mais intensa. Ao menos a minha colega adorou e tive a oportunidade de zelar pelos interesses de uma amiga. Isso soube-me bem. E a acontecer, só podia ter sido ontem. Naquela situação.

(...)

Gostei depois de dançar contigo no "nosso local do costume". Somos iguais na diversão. Foi assim que começou a conversa ontem - "somos demasiado parecidos na forma como nos divertimos na noite, como fazemos a festa e dançamos". A partir daí é extremamente fácil uma pessoa começar a levar estas compatibilidades para domínios mais... a longo prazo? Não sei se fui eu que comecei a conversa, quer dizer, não fui, limitei-me a achar piada à forma como nos pusemos a cantar no carro enquanto estavamos a ir para o local que servia refeições às 6 da manhã - dançar de forma divertida na discoteca durante umas horas cansa e faz apetite. Cantávamos com as mesmas entoações, a mesma intensidade, como um par de amigos que age de forma igual quando quer mostrar semelhança de gostos. A partir dessa cumplicidade decidiste abrir o jogo e dizer que começavas a pensar que não te sentias confortável com a ideia de te meteres com outra pessoa.

O que vai contra uma das regras. Não há exclusividade - isso vem com um namoro e é algo que não estamos a fazer. Olhaste para mim à espera de uma reação semelhante, mas acho que não a transmiti. Redireccionei a conversa para os factos (... tenho que admitir que é mais fácil para mim não pensar nas possibilidades).

Eu daqui a 2 meses vou abandonar a vida de estudante. Vou voltar a Lisboa. Apenas vou regressar cá ocasionalmente. E quero experimentar relações com outras pessoas. Isto está a ser muito bom para ultrapassar o complexo que tinha dantes, em que achava que a minha vida sexual com a minha antiga namorada era extraordinária e que seria díficil conseguir o nível de intimidade, satisfação, loucura, abertura... tudo com outra pessoa. Pensamento mais imbecil esse. E se calhar também tenho receio de experimentar uma outra relação... ainda não estou pronto. Ok, começo a dar-te recomendações: que tipo de decotes eu gosto, como prefiro o teu cabelo, formas de vestir e aceitas os conselhos todos... estás a querer agradar-me. Fazer-me as vontades, a transformares-te para eu gostar cada vez mais de ti. Sei que estás a fazer isso. E fico chateado e agradado ao mesmo tempo - não necessariamente por esta ordem.

Explorámos um pouco o tema, mas não modificámos nada. Mas já não estamos na mesma. Eu sei que se fizer alguma coisa com alguém, que vou-te estar a magoar. E não gosto disso. Mas o pior, é que o querer experimentar algo com alguém é mais forte que essa má sensação.

Posso estar aqui a escrever, a pensar, a divagar mas o facto é que apenas saberei quando estiver numa situação dessas, o que é algo que ainda não se proporcionou.

(***)

Listening to: CatPeople – Reel #1 / Sonic Youth - Rather Ripped

sobre a imagem: este não é um dos quadros do meu pai, mas sim o resultado da procura pela palavra "coincidências" na google images. Encontrei uma galeria online aqui e este quadro agradou-me particularmente. O autor é Asbjorn Lonvig e o quadro chama-se searching I or nothing I.

2009-10-16

Hey!

Bem, já entreguei um dos trabalhos e só já faltam 12 dias para a tese. Faltam-me ainda umas páginas, mas já vi a coisa em pior estado. Uma parte importante já está iniciada e, com um pouco de sorte, vou acabá-la hoje. Claro que antes decidi vir aqui. Bem, a culpa foi tua.

(...)

Gosto de falar contigo - ontem foi um bom exemplo dessa situação.

Quer dizer, abusei desse facto! Na discoteca já não tinha bebido muito - acabou por ser durante 1hora e meia com apenas o consumo de 2 Sagres, o que deu perfeitamente para depois pegar no carro para te levar a casa. Um pouco alterado... detesto conduzir alterado, mas julgava que era só atravessar a ponte, mas não. Aquilo era LONGE! Mas pronto, perdi-me no regresso, num cruzamento tive que tentar as quatro hipóteses. Enfim. Avisaste-me e eu só queria ser simpático, o gaijo porreiro. Mas, como sempre, acho que o fui. Não tentei nada, quer dizer, gostei da forma como os nossos corpos ocaionalmente se tocavam (acidentalmente?) ao ritmo da música no meio da pista de dança, mas não fiz nada do que isso. Provavelmente lancei um, ou outro, olhar meio lascivo mas não tenho culpa de, por vezes, me distrair e deixar levar.

És muito novinha é verdade, mas gosto da forma como falas comigo do que te incomoda. Não és superficial e ligeira. Queres impressionar-me com a tua complexidade - que é honesta, não é fabricação. Eu gosto do que isso me faz sentir. E ofereceste-me um livro que não estava à espera. Gostei do pormenor de teres oferecido a versão original em inglês. De te teres dado ao trabalho de escolher uma prenda. Aliás, como todos. Toda a gente fez isso... fiquei mesmo contente.

(...)

Onde ia? Pois vim para aqui porque estava a falar ao mesmo tempo contigo pelo google talk. E pensei, olha já que não me vou concentrar, porque não ir directamente ao meu local de eleição pensar um bocado sobre ontem à noite? Levantei-me tardíssimo (15:34?!), mas consegui dormir bastante. E nem acordei muito mal. O chá verde ajuda sempre (ui, acabou-se, preciso de ir comprar mais rapidamente) e estou aqui sentado nesta secretária a tentar concentrar-me. É complicado. Penso em ti e tenho a sensação que se hoje tentasse alguma coisa (nada mais do que um beijo - estou a assumir que não tens mais à vontade do que isso) iria correr bem. Então depois de estar a falar contigo, com mais certezas fiquei. Já mandei uma cabeçada eloquente contigo no Avante. Voltar a tentar outra vez? Penso nas possiblididades, mas não me sinto confortável a aceitar um simples "porque não?"...

A outra vem cá hoje depois do ensaio em que tu também participas... a outra, soa tão mal dizer isto que tive que colocar em itálicos para err... melhorar o aspecto do texto.

(...)

Não és "outra" no sentido de te estar a menosprezar, é pelo facto de não poder dizer nomes e pelo facto de aquele parágrafo não te ser dirigido (agora sim, agora pensei em ti e fiz uma nova secção). Se ela soubesse de nós tenho a certeza que ontem não tinha vindo. Não tinha falado comigo pela internet. A ti não te menti... ainda questionei como abordaria o tópico e, para espanto meu, simplesmente disse a verdade. Ela convidou-me para um café na quinta. Eu na quinta já tinha combinado o jantar cá em casa. Já tinha ponderado quem poderia vir (vocês as duas estavam na lista) e atirei o bairro à parede. Ela aceitou, para espanto meu - estou a falar a sério e chegou, pontual, simpática, relativamente conversadora e bem-disposta. Se tu estivesses cá, acho que entraria no modo de timidez. É uma assumpção confortável para justificar o facto de nunca te ter convidado explicitamente, mas que tu aceitaste. Sempre te falei do jantar com os erasmus na quinta. Nunca te auto-convidadaste. E depois achaste uma piada enorme quando soubeste que ela vinha.

Quer dizer, eu não estou a gozar nem com ela, nem contigo, gosto de estar convosco e se me perguntassem agora: "Querias envolver-te com as duas ao mesmo tempo?" eu, provavelmente diría que sim. Sei que não estou a ser consistente com o que disse há bocado, mas com este sim vem também um grande mas... Sim, mas apenas se ninguém se magoasse - fosse com uma, ou outra (aliás, uma já é) teria de ser uma relação sem qualquer tipo de compromissos - a não ser honestidade, paridade e respeito. Agora, prazos... não. Ainda não sei se apenas com uma isso vai ser possível - estou com um bom pressentimento, por isso imagino com duas... E tu sabes dela (com total respeito pelo que conversamos - sou um túmulo)... mas sei que ela nunca iria aceitar se soubesse que ando enrolado contigo.

Por isso é que este Sim, mas... é algo que dificilmente acontecerá. Mas, pelo menos um novo café haverá para a semana. E tu, como irás reagir a este novo plano?

(***)

Listening to: a selecção dos 80-90 que fiz da última vez que passei música. Ah e já me decidi. Vou comprar a outra placa de som para facilitar o processo de passar música. Eh pah. Pareço um puto.

nota sobre a imagem: Procurei no google images por um bolo de aniversário negro (para ser fiel ao espírito do blog) e descobri esta imagem do site http://www.deviantart.com/ do autor LMarkoya. A página original está aqui.

2009-10-14

Ponto de Viragem

Hoje apercebi-me de uma coisa que me andava a incomodar. Não é o trabalho que não consigo fazer, não é a relação que tenho contigo (Será este o rótulo mais indicado para definir o que temos?), nem sequer tem a ver com trabalho (estou motivado para acabar a tese e tive um dos prazos para um trabalho de casa adiado por um 4 dias). Acho que consigo descrever melhor esta sensação com uma pequena comparação, que provavelmente não será a mais correcta, mas tem a ver com algo que me diz bastante... por isso, aqui vai.

Contexto: Estou a ver um filme que gosto muito, que não quero que acabe. A história, personagens, interpretações, cadência, música, montagem... tudo está a ser de uma qualidade fenomenal, surpreendente. Não estava mesmo nada à espera. De repento olho para o relógio. Sei que tempo que passou desde o início, faço umas contas e apercebo-me que estou mais ou menos a meio. A parte inicial já fez o que tinha a fazer, já me cativou, já me prendou à história. Já me deixou sedento pela segunda parte, que entretanto começou. E, de repente fico um pouco triste, porque sei aproximadamente que tempo falta para o filme terminar. Para ter de voltar ao quotidiano... altura em que vou ter de deixar este modo em que estou totalmente imerso neste mundo paralelo.

Sei que esta viagem está a terminar e não lido muito bem com isso.

(***)

Hoje optei por não ouvir nada.

2009-10-13

Temporizadores

Sento-me na sala onde agora trabalhamos em conjunto. Não estou num sítio muito resguardado e consigo ver a maior parte do espaço a partir daqui. Se algumas pessoas forçarem um pouco o olhar, conseguem ver o que escrevo. E isso deixa-me um pouco apreensivo. Não quero que te leiam, mas, por outro lado, não consigo deixar de te escrever aqui, neste local e momento. É fácil de explicar porquê - sou obrigado a três dias por semana estar aqui e não tenho conseguido colocar os meus momentos de "inspiração" ou de "necessidade de falar" numa caixinha com um temporizador.

E, consequentemente, antes de começar o trabalho volto ao meu local de eleição. Consigo abstraír-me das conversas alheias enquanto aqui estou. Apercebo-me do sorriso que tenho vontade de esboçar quando reparo nas pessoas concentradas à minha volta. Quando recebo os "Parabéns" atrasados chego mesmo a rir-me. Já o disse, não há qualquer tipo de problema, eu não ligo particularmente a esta data. Ando a falar bastante sobre isto, o título do blog está directamente relacionado com a idade, mas penso que se trata apenas de um pequeno atalho que resume o que eu acho importante no mundo - a experiência de cá andar.  E a idade importa  - hoje tenho 28 - um símbolo que me liberta de alguns preconceitos e obrigações e que, aparentemente, limita o número de anos de juventude oficial a que ainda tenho direito.

(...)

Fui temporariamente interrompido por um colega - porreiraço, mas que por causa de não ter nada melhor para fazer, decide sentar-se ao meu lado, olhar para o meu monitor e conversar sobre banalidades. Abençoado ALT+TAB. Arrisco-me, mas vale a pena.

Pah, temos pena. Tenho de escrever enquanto aqui estou - senão, eu conheço-me, ficava mal disposto :)

(...)

O problema é que nunca vou conseguir transmitir tudo o que desejava. Mas isso vai sempre acontecer, em todos os posts. E enquanto achar que um post não está verdadeiramente completo, vou continuar a escrever. A alterar, a detalhar, a completar. Não sei se corresponde, necessariamente, a uma melhoria no que escrevo. Mas, pelo menos, sinto-me mais satisfeito em poder ir melhorando estes meus pequenos pedaços, ao meu ritmo. Pudera ser tudo no mundo assim. Agarrar em conversas passadas e poder alterá-las em momentos estratégicos. Consigo lembrar-me de uma ou outra recente em que teria feito precisamente isso.

Aqui posso fazê-lo.

(***)

Listening to: Editors - Papillon (desta música gosto. Realmente no outro dia estava com bastante mau feitio).

Sobre a imagem - retirei-a da Wikipedia, procurando pelas palavras "Timer".  É do utilizador Hustvedt.

2009-10-12

Faltam 730 dias...

(15:54) Estou a dever-te um post. Maior, diferente e a falar das outras coisas que me andam a afectar (no bom e mau sentido). Agora tenho de ir trabalhar. Tentar compensar em apenas um hora e pouco a preguiça que tive durante resto do dia. É o que vale ter fins de semana assim preenchidos e "complicados". Não sei a que horas vou conseguir voltar cá, mas fica registada esta promessa a mim mesmo.
Posso não ligar muito a este dia, mas que sabe bem ser contactado pelos outros, sabe. Consigo criar momentos de intimidade diferentes com diferentes amigos e relembro-me sempre deles quando falam comigo nestas alturas.

E isso faz-me sentir bem.

(1:25) Demorei mais um pouco do que queria. Estou a ser distraído pelos outros canais de comunicação que existem graças à Internet. Continuamos a falar (aposto que estiveste à minha espera, até eu chegar para nos despedirmos). E, quando me apercebo, continuo a dar-te trela. Enfim, já somos crescidos, mas consigo ler nas tuas palavras que isto está a começar a tomar outras dimensões que tanto eu como tu provavelmente não queremos que tenha.

Eu percebo-te, tu própria tens noção que pelo facto de isto ser "... surpreendemente bom", não é aquilo que estavas à espera. É complicado abrirmo-nos assim para as outras pessoas, eu sei. Faço-o com bastante poucas pessoas. E tu começaste-o a fazer desde o dia um. Parece que há dois momentos separados, aquele em que podes falar comigo, confiar em mim, em partilhar o que de mais íntimo te atormenta e depois, há o outro. Aquele em que te quero descontrolar.

Agora armando-me em "bom", "parvo", "arrogante", "parvalhão"... seja lá o que for: Desde o momento em que tivemos aquela primeira conversa "íntima", em que te fiquei, finalmente, a conhecer um pouco melhor que me achava que isto ía acontecer. Eu não teria iniciado nada, se não soubesse que te iria dar a volta a à cabeça. Foi um desafio que coloquei a mim mesmo e que consegui ultrapassar. E agora sei que este é aquele momento em que pensas, em que ponderas o futuro. Não te preocupes, essa volta à cabeça é temporária. Tenho a certeza disso.

(...)

Mas, independentemente disso tudo, gosto de estar contigo. De te abraçar. De me sentir abraçado. De sentir que gostas de estar comigo. Se fosse apenas um "monólogo" não iria ter nenhuma piada. E vim para aqui porque estavas à minha espera.

Isto a vida, realmente. É uma caixinha de surpresas. E, considerando a minha sorte, ainda vais parar a Lisboa. Algo que, não sei dizer, de uma forma honesta - neste momento, se quero ou não. Mas sei que quero andar por aí a ver outras coisas, a sair mais da casca. A largar o casúlo protector que tão convenientemente uso. Preciso disso.

(... e tive que acrescentar este pequeno parágrafo hoje, depois de uma noite mais descansada. E só agora reparei que estou numa fase parva com os títulos dos dias que faltam para alguma coisa.)

E sei que temos medo de não estarmos acompanhados. Eu tenho um pavor da solidão que muitas vezes não consigo explicar. Sei as origens - o facto de estar sozinho, de não poder falar com ninguém, de não poder partilhar momentos carinhosos, de praticar gestos afectuosos... Afecta-me. Foram tantos anos assim, em que era assim (afinal, eu preciso desses momentos - fazem-me falta), que agora faço-o contigo. E não estás habituada. Porque não páro? Porque gosto do que me faz sentir, ou porque sei que gostas? Pelos dois?

(...)

Bastava ter saído um pouco mais tarde de casa. Fomos tomar um café, os 3, os amigos de Coimbra e soube-me bem. Deu para por a conversa em dia. Explorar temas novos (política), voltar aos velhos amigos (música) e preparar o futuro (as saídas desta semana). Por um lado fiquei triste de ser meia-noite quando me apercebi que afinal íamos para casa - a decisão ainda demorou mais um pouco, mas a verdade é que temos muito trabalho pela frente. Provavelmente (e isto é apenas uma suposição) teria sido tudo diferente se tivessemos ido jantar por volta das 22h. Teríamos apenas ido tomar café à 1h. Estaríamos a sair do bar às 2h e pouco. E, por volta dessa hora, já sabemos que a discoteca teria sido muito mais aceitável. Mas, outras oportunidades surgirão. Afinal, se cedermos a todos os caprichos (e eu não gosto assim tanto de fazer anos) o que restaria?

E tenho trabalho amanhã. Há coisas para preparar. A saída será na quinta. A passagem de música será apenas dia 30. E estou em pulgas. Mal me consigo controlar - sempre a pensar em transições. Em sequências. Sou um obsessivo com algumas coisas e esta é uma delas. E tive que ir experimentar a transição agora (já arranjei mais duas... enfim :).

(...)

Para o ano há mais. E espero não abandonar este espaço até lá.

Tens-me ajudado bastante.

Obrigado.

(***)

Listening to: Julian Plenti - Is... Skyscraper (momento de escrita 1) / diversas músicas aos saltos, desde os anos 70 até 2009.

Sobre a imagem: foi carregada pelo utilizador naughton321 no flickr (link original aqui). Procurei por uma imagem no Google e gostei particularmente desta. Engraçado, até deu para ficar a conhecer o seguinte facto:

28 is a 'perfect number' because it equals the sum of all its factors (apart from 28 itself).

E para mim representa a segunda parte do ano da mudança. Se a minha vida for uma trilogia de cinema, o episódio dois começa hoje. E esse costuma ser sempre o meu filme favorito.

2009-10-10

Faltam 20 dias...


de Roland Berger - Blaue Nacht ("Blue Night")
na Wikipedia Commons



Estive à procura de uma imagem antes fazer este post. Até agora tenho sempre o texto sempre pensado antes e, só depois, se achar que faz falta uma imagem, vou à procura de algo que me diga alguma coisa. Tenho de sentir empatia pela imagem e achar que faz sentido com o que escrevo. Afinal, já que este é o meu "confessionário", o local onde ando a passar tanto tempo por semana, quero decorá-lo à minha maneira. Continuo a arriscar pouco na cor, não me identifico com grandes variações cromáticas agora. Prefiro o negro a dominar. E depois uma pequena variação para constratar com todo o negrume do blog. Azul é a minha cor favorita - quem diria? :) Mas não pode ser um azul qualquer. O que está nesta foto é-me particularmente apelativo e penso que tem a ver com o contraste. De resto, gostei do facto de na imagem estar incluído um prédio - um cenário mais urbano, com o qual vou conviver hoje.

Já não estou com os meus amigos cá de Lisboa há já algum tempo e senti-me mal em recusar o convite em ir jogar Guitar Hero de tarde com um deles. Mas, preciso de me preparar para a noite - descansar mais um pouco e avançar mais um bocado o trabalho individual. Daqui a bocado já vamos ter com eles, já vou consegui matar saudades, já vamos sociabilizar um bocado. Eles já te conhecem - somos apenas amigos. Bem, a um deles semi-confessei as maluquices que andava a fazer. Sem grandes detalhes, mas se calhar aproveitei o facto da distância que este grupo de amigos tem de ti para conseguir desabafar. Sem ser apenas aqui, desabafar de uma forma em que haja resposta. E agora por aqui vais andar. Bem, não estou preocupado porque sou bastante reservado e apenas me abro completamente com pessoas com tenho grande íntimidade. O que é algo que demoro um pouco de tempo a criar, independemente do meu aparente à vontade a falar sobre tudo e mais alguma coisa com os outros. Ou então, estou para aqui a julgar que sou uma coisa, que afinal não sou.

Como em tudo na vida, depende. Depende do contexto, de quem me rodeia. Mas uma coisa posso admitir sem rodeios e falsas modéstias, independetemente da situação: quando me pedem segredo de algo, consigo mantê-lo a qualquer custo.

É uma das características que me orgulho.

(...)

De manhã consegui trabalhar no comboio, sem tomar café (!) e, sem querer sem muito optimista, penso que consegui partir uma das grandes pedras que estava a bloquear o meu processo de escrita. É para continuar agora, enquanto tenho inspiração. Apenas faltam 20 dias a grande entrega.

(***)

Listening to: Editors - In This Light And On This Evening.

Fui um pouco mauzinho da primeira vez que ouvi este álbum. Não é assim tão mau. Até é interessante e sou o primeiro a louvar os esforços em experimentarem algo diferente. Mas, sinceramente, preferi ouvi-lo pela ordem inversa e continuo a achar que abusaram do órgão "dos anos 80".

Devaneios #2

Bem hoje sinto-me estranho. Geralmente quando para aqui venho tenho mais ou menos uma ideia do que quero falar (acho que até me tenho repetido um pouco a descrever essa ritual). Hoje, tenho milhentas coisas que quero colocar aqui, sinto-me completamente caótico no pensamento. E apenas vou poder descrever algumas porque tenho que levantar-me cedo muito cedo amanhã. Faço a promessa de apenas escrever enquanto estiver a tocar o álbum. Quando chegar ao fim, termino o post (50 minutos depois dou incício ao processo de revisão - que já não está muito apurado, mas é o que se arranja)

Apercebo-me que mandei dar uma volta a um pobre jovem que conheci no Avante... coitado, apenas me pediu as fotos desse belo evento. Julgava que era outra pessoa que conheci no meu evento do trabalho no outro dia. Eh pah, Facebooks são brinquedos muito bonitos, mas a partir do momento em que ficamos ligados profissionalmente a uma coisa que pode dar milhentas formas de interpretação, a pessoas com as quais nem temos grande intimidade, não fico propriamente descansado. Mas pronto, para uma utilização "socialmente aceitável" não vejo grande mal. Agora, fotos do Avante ficam bloqueadas e apenas partilhadas com amigos (claro que não consigo controlar a quem eles mostram, mas aí já não sou eu o responsável... passa a ser diferente).

(...)

E depois leio o teu desabafo noutra página do Facebook. O teu alter-ego, ao contrário do meu, é público. Os teus amigos sabem quem tu és. Quer dizer, sabem o que dás a conhecer, que já é bastante. E leio essas confissões, esses desabafos, esse teu desejo de recomeçar a vida enquanto consegues manter viva essa sensação por alguém, alguém que amaste no passado. E parece que ficas contente assim... contente por ires prosseguir para um novo mundo, enquanto mantém essa pequena chama acesa dentro de ti.

Sinto inveja por não conseguir fazer o mesmo, (alguma) tristeza por não saber que não estás a falar de mim (o ego é uma coisa tramada)... e depois deixo, pura e simplesmente de sentir. Penso, simplesmente, que acabou e que tenho de deixar de me aproximar de ti de uma forma parva como fazia no passado. Gostava quando me sentia poderoso por conseguir trocar-te as voltas, sem te aperceberes que o fazia de uma forma consciente. Foi dos poucos jogos que fiz. Mas depois apercebo-me do quão irritante consegues ser. E lembro-me que nutres um gostinho parvo em fazer-me o mesmo. Publicamente. Não me lembro de o fazeres em privado.

Estranha nova sensação... em partilhar este espaço contigo.

Quase que me apanhaste uma vez, simplesmente me perguntaste se "Andava a escrever?". Respondi a correr que "Sim" e desliguei todos os Words que estavam abertos com sementes de devaneios meus (alguns já públicados aqui). Limitaste-te a responder com um "Fazes bem." relativamente neutro, e ficámos por ai. Tenho confiança em ti, sei que se partilhasse contigo irias guardar bem o segredo, mas não o quero fazer, pelo menos não agora.

(...)

Decobri quatro albúns novos hoje enquanto trabalhava. Ando a ficar completamente afectado pela música no seu geral. Ouvi na rádio o dueto do Legendary Tigerman da música da Nancy Sinatra - These Boots Are Made For Walkin'  com a Maria de Medeiros e fiquei intrigado. Gostei do som, embora não tivesse ficado assim no estado "UAU" que me fizesse saltar da cadeira. Depois acabei por ouvir o albúm todo e entrou bem. E depois foi o segundo álbum dos "The Sound", mais uma recomendação em tempo real que obtive a partir da Internet - Obrigado novamente! ;)  Acresce o álbum dos senhores que fizeram aquele single porreiro - "Kids" - MGMT (ou management, ou seja lá o que for) e ainda tive tempo para ouvir com mais atenção (e ter gostado ainda mais) do último dos Arctic Monkeys. 

Junta-se o facto de ter experimentado umas brincadeiras com o Virtual DJ 6.0.1 e de ter encontrado um briquedo muito engraçado - talvez passe música naquela festa de anos, mas ainda preciso de resolver o problema das facturas "fabricadas" do iTunes, para comprovar que toda a música que tenho é "legal". Mais um quebra cabeças? Nem por isso :) O algoritmo já está aqui na cabeça. E é fácil de implementar... Mas tenho ainda outras coisas para fazer primeiro.

(...)

Tudo isto enquanto devia trabalhar. E até avancei um bocado. Revi umas coisas que precisava, resolvi 3 bugs e acabei por fazer mais um trabalho que é só para entregar na próxima terça-feira. Se definir as prioridades pelas datas de entrega, fiz o mais importante hoje. Claro que amanhã no comboio tenho de resistir ao sono - talvez um café antes de sair de casa resolva essa situação. Pois, a culpa é tua. Estou aqui a escrever, em vez de estar a dormir não é? Pois, mas também hoje foram quase 10 horas na cama a recuperar. E foi um dia calmo, sem saídas (já não me lembro de uma sexta-feira tão pacífica como a de hoje há muito). Mas também, é só a calma antes da tormenta. Espero ter amanhã uma noite interessante no bairro alto. Contigo... A primeira vez que ficas em minha casa em Lisboa. E depois voltamos, para votar. O meu irmão merece.

(***)

Listening to: The Legendary Tigerman - Femina

2009-10-09

Há males que vêm por bem.

Até cheguei a casa cedo. Portei-me bem, em perfeitas condições de conduzir (ok, mais ou menos, mas a puxar bastante mais para mais - hum, haveria melhor maneira de colocar isto? - do que para o menos). Fiz a minha parte, levei-os ao local novo da noite que não conheciam. E depois ao meu local da noite de eleição - pelo menos momentâneo. E correu bem, foi divertido, falámos para caraças e não houve momentos chatos na noite. A miúda cozinha bem (parece que já cozinhou num restaurante) e é bastante divertida. Conheci mais 3 erasmus, pessoal com quem é bom treinar o inglês e ficar a conhecer. Pessoas novas podem dar-nos a conhecer tanto. Por exemplo, e é uma história que pode ser pouco ou nada interessante, mas hoje fiquei a saber que podemos ficar a conhecer alguém pela descrição que faz do porta-chaves que possui.

O meu tem um prenda de anos gira (um Darth Vader em Lego que já tem uns aninhos, uma prenda de aniversário do meu melhor amigo), que já está completamente desfigurado - menos uma perna, "ambi-amputado" e com o peito sem nenhum desenho. E quando começo a contar a história de cada chave, quando revelo os pormenores que considero interessantes, dou a conhecer um pouco de mim. Porque é que a minha casa em Lisboa tem duas chaves para a entrada do prédio. Porque é que a minha chave do correio parece saida da guerra. No caso dela (já não me lembro bem do nome, seria Jessica? Hum vou dar barraca da próxima vez, mas também há grandes probabilidades de a encontrar sozinho) fiquei a conhecer que foi a única a receber um "porta-chaves" do grupo (que na realidade, era um pedaço de corda agarrado a duas chaves) e que tenciona fazer da obra uma recordação da sua estadia em Portugal.

(...)

Fiquei a conhecer que os belgas também têm uma versão do Bis-Bus que é igual à nossa, mas que é feita com múltiplos de 3, em vez de 5. Mas a parte gira foi ter combinado o que será uma potencial festa de anos para a semana. Acho que esta minha casa nunca vai estar tão repleta de mulheres como nesse dia. Não vão ser assim tantas, mas sendo eu e o meu roomie os dois únicos homens, penso que a balança vai estar, claramente, do "nosso lado". As armas que usei para conseguir arranjar tal coisa foi o Karaoke e Guitar Hero. Quem diria? Provavelmente também te irei convidar.

(...)

Voltei a ter saudades tuas quando vi casais hoje a dançar agarrados como o fizemos na outra noite. E, ah pois é, vamos festejar os meus anos? Tenho que pensar nisso, mas neste momento, parece-me a decisão correcta.

(***)

Listening to: Portishead - Third

2009-10-08

Tudo ao mesmo tempo!

Pois, isto realmente é tudo ao mesmo tempo. Recupero de mais uma noite contigo (1). Semi-combinei um encontro contigo (2) hoje, para tomar um café - para colocarmos a conversa em dia e... pronto é apenas isto. Estou a sair do bar a caminho de casa, a preparar-me para mais um dia de trabalho e recebo uma mensagem tua (3) a convidar-me para um jantar hoje em tua casa com os teus amigos de Erasmus. Porque não? Até que confirmas (2) o café comigo e tenho que escolher. O meu signo, ainda por cima, não ajuda nada.

E também, não ia acontecer nada, era só mesmo a questão do contacto não físico, de conhecer ainda mais pessoas novas - que é o caso, e de me explorar enquanto pessoa nessa situação. Ainda estou a precisar disso e a verdade é que este semestre está rapidamente a aproximar-se do meio. Começo a vislumbrar o fim desta fase e, pela primeira vez, começo a ficar verdadeiramente apreensivo. Acho que vou ter saudades disto. Saudades desta minha segunda metade dos 27.

A primeira metade foi um pouco adormecida - estava demasiado ocupado com trabalho. Agora não. Agora ando ocupado com outras coisas, a minha prioridade é ficar bem. E acho que estou no bom caminho, pelo menos nesta fase final do mestrado. Antes de voltar à minha vida profissional.

(...)

E pronto, já gastei os meus 15 minutos - gostava de estar aqui a desabafar um pouco mais (por exemplo, deste-me (1) uma recordação altamente da tua viagem, misturada como futura prenda de anos. Adorei e acho que a vou vestir hoje). Mas não gosto de chegar atrasado. E ainda tenho que me arranjar um pouco... e perfurmar, porque não?

(***)


Listening to: Prova Oral na Antena 3

2009-10-07

Hum... já vi isto?

Hoje enquanto preparava uma apresentação que vou fazer amanhã (portei-me bem, trabalhei bastante - pelo menos em número de horas e de coisas que consegui acabar) tive uma sensação de familiaridade que costumo ter quando volto aos sítios onde estou muito tempo a trabalhar. Enquanto caminhava pelos corredores do meu departamento (*) olho para o chão e apercebo-me que estou a repetir um ritual que já não fazia há pelo menos perto de um ano.

Estar de noite, a passear por entre estas portas, que de noite me fazem lembrar uma prisão, fizeram-me lembrar de quando tinha que estar aqui a falar contigo ao telefone. De como, por vezes, dávamos apoio mútuo para conseguir ultrapassar as dificuldades do dia-a-dia. Apercebo-me que, pelo menos por agora, não o tenho que voltar a fazer. E que também não o vou receber. Por isso sinto uma espécie de sensação estranha de ambivalência: por um lado alívio, por outro alguma tristeza...

É nestes momentos em que me sinto a ressacar dos benifícios que uma relação estável consegue produzir. A parte parva, é que tenho a certeza que consiguiria tê-los agora. Tu fizeste o mesmo comigo agora este fim-de-semana quando andaste pela primeira vez de avião - fui eu que servi de teu confidente. Ligaste-me (ok, enviaste apenas uma sms, mas deu para acordar), mal o avião aterrou, de madrugada. Devo voltar a ficar apreensivo? Lá estou eu a voltar à "espiral da loucura", mas o facto é que vais-me trazer uma pequena lembrança este fim de semana... se acabarmos por nos encontrar.

Mas por outro lado, ainda bem, porque assim é da maneira que matamos dois coelhos de uma cajadada - faço anos entretanto e conseguimos ultrapassar facilmente o ritual de oferecer prendas. Com o qual tenho um grande trauma resultante da minha relação passada (este fica para outro post - continuo a hesitar falar destas coisas porque acho que não consigo retratar de uma forma isenta o que se passou comigo no passado. E quero fazê-lo de forma isenta - não quero transformar ninguém num monstro, nem me retratar como um coitadinho... independentemente de os sentimentos e devaneios que tenho, facilmente levarem as coisas nesse sentido).

(...)

É engraçado, há coisas que ainda evito falar aqui e pergunto-me se é receio para onde a minha mente me vai levar. Se esse for o caso, como é que ultrapasso isso de uma forma que me pareça justa? Será o receio de retratar uma, ou mais, situações parvas que vistas em perspectiva, pouco, ou nenhum bem me fizeram? Provavelmente leio para o que escrevo e depois penso: "Porra! Mas como é que tu aguentaste tanto tempo?" Que é, geralmente, o primeiro pensamento que geralmente me vem à cabeça.

E depois, como tão frequentemente faço... penso no que tu sentias e se estou a ser justo. Acho que tenho que me preocupar mais comigo - de pensar mais em mim.

(...)

E é algo que uma boa noite de sono ajuda a ultrapassar com bastante facilidade. Acho que vou para lá agora, uma vez que vou ter que estar eloquente amanhã de manhã. Mas gostei da forma como tive um dia preenchido e consegui ter vontade e coragem de cá voltar. Ainda bem. Espero que se mantenha... ui, depois de rever isto fechei os olhos e senti-me a levitar. Está, definitivamente, na hora.

Até já.

(*) Esta pequena imagem ao lado foi retirada a partir do site oficial do meu departamento. Mas, por questões de anonimato, não partilho a sua localização. Tem uns pequenos efeitos para ficar a preto e branco, num estilo mais apropriado ao blog. No entanto, quem a reconhecer, pelo menos percebe onde estou a estudar.

(***)

Listening to: Alta Tensão na Antena 3 (não é muito frequente, é verdade).

2009-10-06

Sustos

Bem. Tinha aqui um rascunho para acabar de escrever, mas depois do susto de hoje à tarde decidi mudar o plano inicial. Entrei numa rotunda numa ligação para uma auto-estrada, no meio de uma chuva torrencial. E fiz ainda um bom bocado de aquaplaning.

Felizmente não havia nenhum carro na rotunda, excepto um que se aproximou do lado esquerdo, mas que felizmente travou a tempo. Deu para virar o meu carro e parar, de uma forma estranha, do quase na berma da estrada. Devia ter ido mais devagar... não há milagres, quer dizer, à velocidade que eu ia tive uma sorte do caraças. Porque é que estava a ir aquela velocidade? Bem, antes de chegar à rotunda estava a enervar-me com o papa-reformas que estava à minha frente. Estava com pouca paciência, confirmo, e neste momento estar a dizer mal de um velhote (que nem sei se o era) não apaga o erro que fiz e que podia ter corrido muito mal. Por isso não o vou fazer. Vou ser crescidinho e ponderar sobre o que fiz hoje. Sobre o que não quero voltar a repetir num futuro, seja próximo, seja distante.

Uma parvoíce num segundo. Já abusei disso que chegasse no passado. E não nutro particular prazer em me ter safado com um ou dois arranhões. Quer dizer... claro que fico contente e que o que acabei de dizer foi uma parvoíce, mas tem um contexto. Não nutro particular prazer em ver que outras pessoas ficam com a vida praticamente estragada, enquanto que eu me safei nem sei bem como. Mas isto fica para outro dia.

(***)

Listening to: CatPeople -  Reel #1

2009-10-05

Madrugada

Chego a casa. Paro ao pé da porta de entrada e depeço-me. Pondero se fumo um outro cigarro... antes de ir para a cama, para me despedir. Acabo por decidir que sim, independemente de, ao mesmo tempo que chego, também outros tanto "vizinhos" estacionarem  (mas parece que, afinal, só deixaram aqui o carro no parque estacionamento). Ele não vão parar aqui. Parece que têm de ir para outro local, mais distante. Paro, sinto o vento a dizer(me) "Olá" (afinal, estou de calções e a sensação é óbvia) e olho para a lua cheia. Paro e penso nas pessoas com quem estive hoje. Sorrio... foi engraçado. Jogar Poker é só mais ou menos difícil para mim. Quando tenho que ter sorte no jogo, consigo (isso deve explicar o outro lado... mas não é consistente) e consigo achar alguma piada à situação. Ganhei as duas últimas mãos, em desespero de causa, a apostar tudo e nem sequer me dignei a ver que cartas tinha. E fiz dois full-houses seguidos. Não me vejo a repetir a façanha.

(...)

E depois... só depois de preparar o que venho aqui escrever, é que começo a desviar para o outro lado. Sinto ainda mais piada a este desvio por estar meio grogue. Realmento ando a portar-me melhor. Se andasse no ritmo do passado, nunca conseguiria escrever este texto (*). Parece que consegui encontrar um equilíbrio decente. E ainda bem. Gosto de me sentir assim. Portanto, parece que já é normal (Já o tinha dito no último post). É também por isso que decido escrever logo o final deste texto neste preciso momento e já cá volto).

(...)

Hei-de lá chegar. Aonde estou a tentar ir. Mas, por enquanto estou aqui a escrever... contigo. A pensar em ti. A ponderar o porquê daquelas mensagens. Tens saudades minhas... ok, eu também tenho saudades tuas, de estar contigo, de ver um filme agarrado, de adormecer acompanhado, confortável, na intimidade de quem partilha espaços, sensações e... tudo o resto. Ontem adorava que estivesses comigo. Ainda mal estive contigo em Lisboa. A partilhar o que é a minha vida (espaços, gostos e sensações). Apenas o fiz na cidade onde estudo. Apenas num sítio que já não me diz muito, que deixou algumas marcas. Lisboa, pelo contrário parece que me diz muito mais. Quer dizer, tive a relação da minha vida maioritariamente lá, partilhei casa com a minha ex-namorada lá e, por isso, teria todas as razões para sentir mais saudosismo dos tempos da faculdade. Não o sinto, comecei-me a sentir mais confiante em Lisboa e seguro do que quero para a mim.

Talvez seja por isso que te quero levar lá.

Quero estar contigo a aproveitar a noite. A chegar a casa (à verdadeira casa) e deitar-te numa cama a sério. Dormir de forma relaxada contigo (lá tenho duas almofadas normais :) ).

Ando a precisar disso. Ando a precisar das sensações que me fazes sentir. Ando a precisar mesmo disso. E tenho algum receio do que isso quer dizer sobre o que andamos a fazer.... e para onde caminhamos.

É por isso que tenho medo quando me dizes que tens saudades minhas. Paro e fico mais calmo. Fico bastante mais sossegado. Porque sei que vamos lá no final desta, ou da próxima semana. E sei que é isso que quero fazer. Sei que te quero levar o bar onde costumo ir. Que quero ouvir a música que tanto gosto e que te quero abraçar, ao mesmo tempo que dançamos. E decido adiar, conscientemente, o "processamento" da sensações que ando a sentir.

(...)

Hoje vou ter que trabalhar. Acima de tudo, escrever, por isso é provável que cá não venha. Não há mal, já é muito cedo e o post de "hoje" vale por dois. A madrugada tem destas vantagens.

Penso que ando a abusar um pouco. É possível que sim. Mas só hei de estar cá uma vez. Só hei de aproveitar estas sensações uma vez. Daí "abusar" (será mesmo realmente isso que estou fazer - afinal, amanhã é feriado... vou conseguir recuperar)...


(*) - Independemente de o estar a rever no dia a seguir, da parte da tarde - o sentido mantém-se inalterado, mas precisei de fazer umas pequenas modificações estéticas e correcções ortográficas, para o texto ficar mais organizado.



(***)

Listening to: Boxer Rebellion (Union)

2009-10-02

Locais públicos


Já faz algum tempo desde que faço um post num local público. Não sei se estou certo, mas acho que o último que iniciei foi na biblioteca camões em Lisboa, há perto de um mês e qualquer coisa. Sim, na altura em que este blog estava ainda no outro local e ainda estava a tentar perceber o que queria fazer com ele. Agora acho que já sei, sinto que já defini um objectivo, que ainda pode ser mais pormenorizado… ainda está um pouco vago e abstracto, mas no fundo sei que quero que te vou usar como espaço reflexivo sobre o que me acontece na vida. Ao pensar enquanto escrevo, ao descobrir o significado mais íntimo que surge das palavras, espero perceber melhor o que se passa (o que se passou à minha volta) e agir de uma forma melhor no futuro. Que seja melhor para mim, que seja melhor para os outros.

Parece-me que quando escrevo os pensamentos que estes persistem durante mais tempo. Não é uma alusão à persistência "garantida" pela Internet. Simplesmente, vivem durante mais tempo na minha cabeça. Surtem mais efeito… ou pelo menos marcam-me mais. E eu gosto disso. Parece que fico com a consciência mais apurada.

(…)

Bem… lá está, eu ia simplesmente relatar o sucedido de ontem e o que planeei para hoje, mas tens vontade própria. Não vale a pena fazer grandes planos contigo. Vim aqui, inicialmente para comprar roupa – estava a limpar o calçado que ando a usar (de onde vem tanto pó?!) e a escolher a roupa que ia usar hoje de noite, quando me dá um impulso… mas estou a falar de um *grande* impulso de vir às compras – camisa, calçado… "armas de engate", arranjar-me, aprumar-me, colocar-me numa situação em que reparem em mim. E que alguém tome a decisão de avançar e iniciar um diálogo comigo. Pensando bem, não me lembro de alguma vez isso ter acontecido numa discoteca - estou a descartar todas as situações irrelevantes como cravanços de cigarros, lume e conversas parvas. Falo, simplesmente, de estabelecer contacto visual com alguém, criar um momento de química e deixar-me ir. Num bar penso (não tenho a certeza) que já o fiz… já… mas agora no meio da pista de dança nunca ultrapassei a questão dos preconceitos/limitações que coloco a mim mesmo. Ontem demorei demasiado tempo a fazê-lo, mas acabei por conseguir.Extremamente rápido no ínicio, a ponto de despertar a curiosidade… acho que foi consciente a técnica… e depois aproveito o facto de ter deixado as portas da comunicação abertas, foi fácil, rápido e indolor passar para o "E então, como te chamas?". Tentei sacar o número de telefone… da primeira vez não, simplesmente foi um havemos de nos encontrar novamente por aqui. Mas depois, tenho de fazer uma nova tentativa (empurrado por ti! J).

Não adiantou, claro… mas foi da maneira que memorizei o teu nome, cara e profissão. Não sei se te vou encontrar novamente… provavelmente não. Mas, se por acaso acontecer não vou hesitar. O pior que pode acontecer é não te lembrares e nesse caso só tenho que me apresentar novamente.

(…)

Claro que existe e vai continuar a existir a ligação à minha vida sentimental. A contradição de estar a falar sobre o que mais íntimo há em mim no meio de tanta gente é particularmente agradável.

(***)

Esqueci-me de por música a tocar. Mas acho que vou tirar meia horita para acabar um trabalhos que estava a fazer. E depois zarpo para casa. Vou dar uma beijoca aos meus pais e depois ir para mais uma noite, agora noutra cidade, ter com o meu melhor amigo. E, mais uma vez, ficar a conhecer melhor o território desconhecido dos 30 anos (porque caraças é que agora estou a falar com frases com sentidos dúbios armados em pseudo-importantes!?). Enfim, combinei "combinar" um encontro logo com a minha amiga mais velha que eu pronto, já que vou estar na sua cidade! Vamos a ver o que acontece. Agora tenho de trabalhar um pouco.

2009-10-01

Memórias



Salvador Dalí - A Desintegração da Persistência da Memória (1952-1954).

Pareceu-me adequado agarrar num dos quadros que me diz alguma coisa, neste caso a Persistência da Memória para iniciar este post. O quadro diz-me alguma coisa porque já o tive que pintar no passado, numa vida distante, quando era aluno do secundário. Sempre gostei de Dalí, por causa das formas, por causa da "não-realidade" que ele transmite. Parecem imagens que habitam sonhos... e isso mexe comigo.

(...)

Estou a catalogar fotos no Picasa do Google. Agora há uma nova versão que permite reconhecer automaticamente caras em fotografias e assim permite organizar as fotos por dossiers de pessoas. O processo demora algum tempo (requer tempo de processamento de computador e alguma paciência nossa para indicar que as fotos que estão certas e erradas - isto é, se ele reconheceu bem a pessoa).

Deve ter começado pelas fotos mais recentes - faz sentido, só apareceram situações recentes. Frankfurt, Avante, Lisboa, a cidade onde estudo, Férias, Mestrado, Estados Unidos... a passagem de ano. As últimas férias. Contigo. Sim, não sei porque não hei-de falar também para ti por aqui.

Custa-me olhar para a tua cara. Já tenho máquina digital há quase cinco anos. E tenho de conviver com o facto de, agora, a maior parte das fotos te incluirem. De ter capturado tantos (!) momentos de íntimidade que passámos juntos. Estou a falar de férias, momentos de lazer e assim. De várias fotos abraçados. Com boa cara, de satisfação.

Custa-me relembrar disso pela questão temporal. Quatro anos de fotografias aqui, contigo. Tanto tempo. Tantos dias, tantas vezes que vou ter que olhar para a tua cara. Já não te amo, já não nutro qualquer tipo de desejo... sinceramente até penso que dispenso amizade profunda. Mudámos - para além de cada vez pensar menos em ti (sou sincero, por vezes dou-me por mim a reflectir na vida)... não tenho grande curiosidade para o fazer. Quero que estejas bem e isso digo-o com toda a sinceridade. E prefiro ter notícias tuas daqui apenas daqui a algum tempo.

E sou agora relembrado, pela tecnologia (ironia, das ironias) do que o tempo está a apagar. Ontem, andava todo entusiasmado a catalogar as pessoas - foi sempre giro escolhar em algumas e sentir-me muito "mau" ao escolher a opção "ignorar pessoa seleccionada". Há aqui um espécime (que até foi o primeiro a aparecer) que tive um gozo brutal ao fazê-lo - ignora este gajo! clico com grande convicção na cruzinha no canto superior direito! E faço um ar de mau....

Sim, como se ele se importasse. Mas soube bem, sou apenas humano!... mas não me parece bem fazer isso contigo. Estou a ser contraditório agora, é verdade... Significa isto que quero ignorar o passado, ou aprender com ele? Bem, se me der ao trabalho de te catalogar vai ser mais fácil no futuro partilhar contigo as fotos (uma coisa pendente que temos para fazer). Mas enfim... apesar de não querer enfrentar este... desafio (?) agora, acho que ajudou a por as coisas em perspectiva. E ajudar a concluir o processo de encerramento. Já lá vão quase 5 meses... mas ainda faltam as cartas. As que tenho em Lisboa, na casa dos meus pais no meu quarto... acho que cá também tenho qualquer coisa.

Mas, será que te devo alguma coisa depois de teres deixado lá os peluches e as cartas que eu te escrevi (apenas algumas) para ser eu a guardá-las, deitá-las fora, fazer o que quisesse?

Bem, é nestas alturas em que acho que fico um pouco agarrado ao passado, mas se calhar exagero. Só estou a pensar nas coisas que sinto e a colocá-las aqui. A verdade é que me fizeste bem e fizeste parte da minha vida durante muito tempo. Aprendi muita coisa contigo e acho que nos podemos agradecer mutuamente por isso. E, ao contrário de ti, não sou tão rancoroso. Não gosto de o ser, não me fazer ser uma pessoa melhor. Pelo contrário. Por isso... acho que vou catalogar as tuas fotos.


E já posso ir trabalhar.
(***)

Listening to: Editors - An end has a start.

Continuemos

Gostava hoje de falar de diversas coisas. Tem a ver com aquela minha "frustração" que partilho com uma das personagens do "The Hours". Não consigo concentrar-me. Era para ter começado este post há pelo menos uma hora atrás. Mas entusiasmei-me no trabalho. Fiz mais do que era preciso. Voltei a ser perfeccionista (péssimo hábito, não saber quando parar - quando o trabalho é suficientemente bom).

E, para piorar, demorei mais tempo porque tentava novamente fazer várias coisas ao mesmo tempo. Falar contigo (destinário um) pelo Google talk, catalogar fotografias através do Picasa e embelezar/completar o trabalho (ao mesmo tempo que o revia).

Mas, já está entregue, não quero pensar mais nisso. Quero agora ir ter uma bela noite de sono. Para pensar no que te vou dizer amanhã (agora mudei de destinatário). Segundo outras pessoas (pelo menos duas), parece que tu na noite do karaoke gostaste da forma como que me vesti e andaste-me a "bater couro". Sinceramente, acho que não - acho que simplesmente engraçaste comigo e queres criar uma amizade... Pediste-me conselhos sobre música, sobre bandas que poderias descobrir. Agarraste no karaoke como desculpa para meter conversa. É bem possível, eu também faço desses "jogos"... e não me importei nada. Mas, como a conheces (a primeira destinatária da noite - quer dizer, "trabalhas" com ela), fica tudo estranho e inacessível. Bem, foste "empurrada" para mim por ela não foi? E depois, veio o problema da posse... Jogámos os 3 o jogo do "Eu nunca"... ai, suspiro quando me relembro a forma de começo disto.

Confirmámos o estado de não posse desta relação. O uso dessa palavra até parece estranho. Não nutro sentimento de paixão por ti. Não quero ter uma relação douradora contigo. E então, porque é que acho que não tenho o direito de tentar o envolvimento com mais ninguém? Quer dizer, alguém que tu conheças... Quer dizer, aqui já entra o respeito ao barulho, acho que não a ver com o "complicómetro" ligado... mas, é assim que eu sou. Não quero fazer nada que magoe os outros. Isso magoar-me-ia a mim. Mas, não deixo de ser um paradoxo ambulante - por outro lado quero ligar-te e combinar um café. Ao mesmo tempo que penso fazer ainda mais uma coisa amanhã.

É nestas alturas que me lembro de verdades simples que me devem conseguir orientar: "Quem tudo quer, tudo perde!". E parece-me que neste momento estou bem e não quero abusar da sorte. Mas, vistas bem as coisas nunca tive uma situação destas. Abusar como? Deste-me carta branca? Bem, abusar com os meus princípios provavelmente. Ou com o meu medo de fazer coisas novas.

Não sei. Vou ter que pensar nisto. Ao mesmo tempo que tento conciliar com o trabalho. Já está a começar a cair a sério. E nas próximas semanas, não vejo grande hipóteses de melhoria. Mas, estava à espera do quê? É mesmo assim, e tenho que ir em frente. Acabar de escrever isto (já estou a fechar os olhos) e repousar a mente. Amanhã é outro dia. E já estou totalmente a trocar os olhos.

Amanhã... até amanhã.

nota: revisto dia 2009-10-01 (achei que precisava).
(***)

Listening to: Smashing Pumpkins - Mellon Collie and the Infinite Sadness