2009-08-28

Devaneios


Ainda hoje de manhã sabia o que queria escrever. Estava a ter daqueles momentos de inspiração quando estamos no banho (um dos locais onde sou frequentemente assolado por "boas" ideias) e sabia o que colocar aqui. Deve ter a ver com o voltar a escrever em português. Já tinha saudades. Disso e de desenhar. Mas sobre isso mais à frente.

Agora nem por isso J.

Passa-se o tempo e perco a noção do que escrever. É engraçado, estar num sítio público (Armazéns do Chiado) a escrever algo que para mim é pseudo-privado. Nunca será totalmente porque nutro sempre o desejo que alguém leia isto e se identifique. Que se relacione (*) com o que vou escrevendo. Ainda não sei se isso vai acontecer – tenho as minhas dúvidas, porque não tenciono fazer publicidade J - e receio que quando voltar a trabalhar que perca a "paciência" para isto. Esperançosamente penso que será como o ginásio. Que não – que no mínimo, virei o tempo mínimo por semana cá. Se gostar de este tempo de reflexão porque não? Em vez de ter as minhas crises de ocupação, porque não escrever para exorcizar os meus demónios?

Bem, o facto de ser anónimo ajuda.

Não espero nada – a haver comentários, será sempre de alguém que, ou não conheço, ou que não me conhece. E isso agrada-me. Reduz os filtros e facilita a honestidade. Pelo menos do meu lado.

(***)

Lembrei-me de uma coisa que queria colocar aqui, que me lembrei de manhã. As músicas que ando a ouvir. Se há diálogos que gosto de ter é sempre música – sobre o que gosto, o que que estou à procura e o que me influencia a disposição. Por isso, acho que vou sempre colocar o álbum (ou música principal) que estou estou a ouvir enquanto escrevo. Não há de ser difícil de adivinhar o género (há 3 anos que anda bastante no alternativo a roçar o post-punk rock – vejam a definição no allmusic guide).
Associo muito a música a estados de espírito e, infelizmente só comecei a alargar os horizontes há poucos anos. Roo-me de inveja com a facilidade que o pessoal mais jovem hoje tem para conhecer coisas novas e fazer descobertas de sons que lhes encham as medidas.

(***)

A escrever sou como a arrumar a casa. Lembro-me de uma coisa e tenho que ir logo lá. Não faço um plano nem uma fila ordenada e estruturada. A arrumar a casa posso tar a limpar o chão que se vir uma coisa desarrumanda na secretária sou capaz de ir por os livros e documentos no sítio. E só depois volto para o chão. Aqui é a mesma coisa. Estou a escrever, um parágrafo com (algum) sentido, que dê para acompanhar e de repente ZÁS, vem o pensamento (minimamente) relacionado à cabeça. E depois tenho que o anotar para não se perder. No final, faço uma revisãozita a ver se o texto ainda faz sentido e decido publicar.

Por isso, não me admiro de ver muitas vezes os "(***)" no meio dos posts.

Bem, quase 600 palavras em meia hora. Isso dá uma métrica sem nenhum valor, mas vou ter agora com antigos colegas do trabalho e depois zarpar para acabar as férias no último sítio que estava à espera este ano. No local onde estou a estudar.

* - à falta de palavra melhor, o que me veio à cabeça foi "relate" em inglês. Por vezes dou-me a pensar em inglês. Depois de ter que escrever tanto em inglês é natural. Mas prefiro a minha lingua nativa.

***

Música – Sonic Youth – The Eternal, Interpol – Turn on the bright lights

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