2010-08-14

Isolamento

Não é frequente, mas ocasionalmente aproveito um final de tarde em Lisboa para ir para um sítio sozinho, com o portátil, onde aproveito e ponho em dia a escrita. Tento sempre lembrar-me das verdadeiras razões que me fazem voltar aqui e o que acho piada é que as não consigo isolar em conceitos isolados. Faz sentido, faz parte de uma amálgama de sentimentos que em conjunto acabam por culminar na minha vinda até aqui.

Hoje aproveitei um dia como se fossem férias. Ainda corri um bom bocado, numa zona nova para mim da cidade e relaxei a ver um filme parvo. É o que acontece quando todos os amigos estão de férias, ou longe. Logo eu, que quem me conhece bem sabe que começo a "stressar" quando tenho que estar isolado. Vendo bem as coisas, hoje acho que não estou a trepar paredes. Por um lado não apeteceu estar a conduzir 30 km para depois ter que ir para a praia, estar à procura de lugar de carro. Apeteceu-me vir para o Clube Ferroviário e aproveitar um final de tarde numa esplanada.

Quando vinha a caminho pensei no conceito de isolamento e no que incomoda verdadeiramente nele. No fundo, acho que se resume ao sentimento de gostar efectivamente de ter alguém que me acompanhasse nas minhas andanças. Que partilhasse um dia-a-dia comigo. Ou seja, alguém que me fizesse também acompanhar na vida dela. No fundo, quero ter um sentimento de partilha a dois e o facto actualmente não o ter é das poucas coisas que me falta na vida. Isso e ganhar o euromilhões, mas acho que me devo concentrar numa luta de cada vez. E logo por causa disso, acabei de me lembrar que não ganhei nenhum prémio milionário esta semana (Nem um único número desta vez! Acho que vou ter que abandonar o sistema das chaves cegas e aleatórias).

Mas pronto, quando dei por mim, estava a pensar na ideia que faço da pessoa que ando à procura. E lembrei-me de uma história que me contaram no outro dia: alguém que decidiu descrever, numa folha de papel a ideia de par ideal e que, depois, passado algum tempo (quanto efectivamente foi me recordo), acabou por a conhecer e iniciar um relacionamento. E depois, ingenuamente, começo a pensar que podia fazer o mesmo e penso que... "porra isto também me podia acontecer... e na pior das hipóteses, consigo por em papel o que estou à procura, uma vez que acho que ainda não o fiz. Posso sempre olhar para os posts mais antigos deste blog e confirmar esta suspeita, mas acho realmente o que interessa é o que estou a sentir agora". Sempre facilitaria o processo de comparação dos novos conhecimentos que faço com a matriz que tenho na minha cabeça ("matriz", palavra bela esta!).

Mas pronto, por-me a falar com uma amiga pelo chat e combinar uma fuga de Lisboa para passar uma noite com amigos por uma noite não ajuda à escrita, por isso parece-me que esta caracterização não ficar pronta hoje. No entanto, acho que já fico com tópico para um post futuro.

1 comentário:

  1. Olha boa ideia! Tal nunca me passou pela cabeça. Escrever em papel a descrição da suposta pessoa ideal. Suspeita-me que isso seria uma tarefa complicada para mim...um desafio. Se calhar até ajudava a conhecer melhor a minha própria pessoa :D

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