2010-07-04

quase meio ano depois...

Já não está a custar tanto. Viver sozinho agora parece mais natural... é óbvio, já estou mais habituado e parece tudo tão bom quando não tenho que dar justificações a ninguém. O problema é quando sinto este vazio a apertar - como hoje. Sinto e demoro um pouco de tempo a identificar esta ânsia, que me incomoda. Primeiro tento pensar, não isto é outra coisa, lá estou a voltar ao mesmo. Pensa noutra coisa, pensa no que tens para fazer! Distrai-te! Mas com o quê afinal? Catalogar músicas? Ver filmes? Jogar computador? No passado conseguia fazê-lo sem problemas - recente (há uns meses) e bem distante (desde que me lembro). Desde que voltei de férias? Ui, nem pensar. Por isso é que aqui estou, numa esplanada a desabafar para um espaço ao qual posso voltar no futuro. Agora se é para me sentir bem, se é para me sentir mal, já não faço a mínima ideia.

Já o devo ter dito quando comecei a escrever, que ia utilizar isto para pensar, para reflectir, para tirar um momento apenas *meu* para conseguir pensar sobre o que me anda a acontecer.

Ela persegue-me os pensamentos. Aquela pessoa... a ideia que faço daquela pessoa. Que agora anda mais fixa e habitual. Isto já não acontecia há mesmo muito tempo - adormeço a pensar nela, acordo a pensar nela - provavelmente não sonho com ela, porque, pura e simplesmente não tenho memória dos meus sonhos. E isto tudo porque quando estamos apenas os dois, passamos dos melhores encontros que já tive na vida. Se calhar esta comparação é injusta se tomar em perspectiva os restantes encontros que já tive na vida e, para além disso, a minha memória deve ter tendência a ser curta. Mas, se poder deixar de ser balança agora por 5 minutos, sei que posso dizer que parece que encontrei ali quase tudo o que estava à procura.

Estou apaixonado? Tenho receio de dizer que sim, porque tudo o que me irrita, desaponta ou desilude são situações explicáveis pelas circunstâncias em que nos encontramos. Ou seja, não é nada com ela? Bem, se calhar é! Acho que fiquei mal habituado com a minha última relação. Agia de forma diferente comigo, em particular em grupo. Fico demasiado autoconsciente, parece que ela não me liga nenhuma. Mas a verdade é que eu sei que faço exactamente o mesmo papel. Não lhe dou assim tanta atenção. É um paradoxo, sentir-me  impaciente, irrequieto, desejoso, mas depois, com os outros à volta parece que não se passa nada. 100% cool. Aliás, nem tanto. "Estás em baixo hoje..." "Não, estou apenas cansado...", mas lá vou sociabilizando qb. Depende das noites, dos grupos, mas há ali qualquer coisa naquele que não dá. Aliás, é fácil... é o tamanho. Era demasiado grande. E, salvo raras excepções, não faço questão de ser o centro das atenções.

Ela já não. Ela gosta que estar na ribalta. E sei que gosta de estar comigo em privado. Em grupos já não sei...

O que sei é que continuo a avançar com velocidade de caracol nisto de tentar iniciar alguma relação. E volto para os meus amigos e desabafo como se tivesse descoberto uma candidata a mulher da minha vida. E agora, aproveito este momento para pensar... e vejo o quão parvo isso tudo é.

Mas que continuo a pensar nela, continuo.

1 comentário:

  1. Welcome back, my friend!
    Tem apenas em atenção que por vezes não é fácil distinguirmos os nossos sentimentos ou emoções... Facilmente se pode confundir sintonia intelectual, atracção física, empatia. Mas seja o que for não tenhas receio do que sintas. O que tu sentes é teu e de mais ninguém. Sim, podes estar apaixonado por ela, e não ser fácil gerir esse sentimento (eu sei que não é...), mas pelo que me apercebo, é algo que não se compara ao que tu já sentiste até agora e só por isso vale a pena.
    Eu estou com um good feeling, espero que o Universo não o contrarie ;-)

    Bjito,

    Angelise

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