2009-11-16

Prólogo


É Novembro e está, finalmente, a chover. Acordei sozinho, sem despertador à hora prevista. Deitei-me tarde, mas consegui cumprir com as minhas obrigações.

Sempre fui assim – quando é para me divertir, divirto, mas quando é para trabalhar, consigo parar. Aliás, chamam-me ocasionalmente de workaholic… Por outro lado, quando saio, envolvo-me no momento, nas pessoas, no que estou a fazer. Esqueço-me do que me rodeia a tento aproveitar ao máximo. Foi o que aconteceu ontem, já não falava com aquele meu amigo há muito tempo. E evitei prolongar a noite, porque hoje tinha trabalho a fazer – dois trabalhos diferentes. Um de grupo, relacionado com o futuro da minha empresa que ataquei primeiro (o facto de ser grupo aumentou a minha necessidade para começar por aí). Depois o outro, foi simples e directo. Tive um momento de lucidez na minha única pausa para cigarro do dia. Soube naquele momento sobre o que ia escrever e como ia entregar o trabalho. A partir daí foi entrar no piloto automático e esperar que acabasse de escrever.

A noite chegou cedo e com ela a solidão. Só falei com pessoas pelos "messengers". Não saí de casa, nem tomei banho. O dia não estava para muito melhor, mas senti aquele receio de estar sozinho. Lembrei-me do que já senti no passado: das noites isoladas durante a semana, em que uma pessoa se sente cansada quando chega a casa. Mas pior, lembrei-me dos domingos. Das ressacas das festanças no dia anterior. Da falta que sentia em estar com alguém, abraçado a ver um filme, uma série. Fiquei um pouco apreensivo, mas depois acabei por vir ter aqui, a este espaço escrever um pouco.

Olho para o ecrã e não sei mesmo o que quero dizer. Não é como das outras vezes em que tenho muito para contar e não sei por onde começar, ou como verbalizar o que estou a sentir. Reconheço o que sinto, o que me está a começar a afectar: frustração.Até que, decido ver um filme: Moon. Foi-me recomendado por um amigo e era mesmo o que estava a precisar. Não sei bem porquê. Talvez pela forma como tenha acabado. Deu-me esperança para enfrentar o dia de amanhã com uma garra que até agora não estava a sentir.

Estou contente por isso, gosto de ser surpreendido.

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