2009-11-01

Andamentos

Hoje um amigo enviou-me uma mensagem a dizer que "andava com um andamento (!)". Tudo isto porque os desafiei mais uma vez para um jantar hoje, que é Sábado (3), depois de ter tido um ontem e ter passado (com sucesso) música na festa privada do meu amigo (2). Ah, e já me esquecia que na quarta-feira fomos jantar todos e ver os Irmãos Catita, com acesso à zona VIP - leia-se bebida gratuita, entre outras coisas (1).

Reparei que com apenas este pequeno parágrafo consigo lançar os tópicos para este post. Seguindo então, por ordem e cuidado - isto vai ser demorado:

(...)

(1) - Ao sairmos de OqueStrada na segunda-feira, assim uma meia horita depois do concerto ter terminado, tive a oportunidade de encontrar um amigo do meu irmão que me perguntou simplesmente: "Mas então, vais voltar cá?", "Sim, queremos ver se vamos ver Irmãos Catita na quarta-feira", "Ah, tá bem... e não me queres arranjar o teu número de BI?", "Err.... porquê?", "Para eu te arranjar bilhetes para a Zona VIP. Vais passar por um elemento do Jornal (que consegue arranjar bilhetes VIP a mais e que depois tenho de distribuir pelos meus amigos), tens acesso à zona VIP"... Nesta altura só me sinto a sorrir, não consigo fazer mais do que balbuciar um "Obrigado!" embaraçado. Consegui arranjar ainda mais 2 bilhetes (tive que lhes telefonar àquela hora para conseguir pedir-lhes os número de bilhete de identidade, mas as reacções foram mais do que positivas). E na quarta, lá fomos - aproveitar do sistema.

Ainda não tinha tido a oportunidade de experimentar a entrada com credenciais antes e resultou particularmente bem. O espaço era porreiro (mas o balcão era um bocado sobre lotado), e ainda deu para ir buscar uns finos (ou imperiais - uso indistintamente os dois termos) à vontade. O espectáculo foi engraçado, mas o pessoal estava muito contido. A maturidade já é diferente de há uns anos atrás. Quer dizer, não vale a pena recuar muito no passado (*). Claro que depois andamos pelo recinto, que estava vazio, quando comparado com a Queima no seu expoente máximo.

Sinceramente não me importei, mas não tive a sorte de ter aproveitado o som de forma decente. Passo a explicar, enquanto dava o concerto, as tendas estavam a passar música porreira (leia-se, derivados de rock) e perdi a janela de oportunidade para ter ouvido e dançado algo que gostasse. Em alternativa, fomos seduzidos para ir a uma conferência de imprensa com o Manuel João Vieira e foi como assistir a um espectáculo de stand-up comedy, embora ele estivesse sentado. Ri-me ainda um bom bocado.

No fim, quando fomos pedir para tirar uma foto (na realidade foi o amigo do meu irmão que teve tomates para chegar ao pé dele e pedir-lhe o jeitinho), conseguimos colocar-nos na posição correcta, sorrir para a câmara...altura em que ele começa a falar para uma mulher que estava na direcção oposta. Foto memorável. Realista. Enfim. Mais uma história para contar nos serões de grupo. Pelo menos, para aqueles que achem piada a este género de temáticas.

(...)

(2) - Ontem começou da pior maneira. Chegámos atrasados. Mas pronto, tudo muito bem. Começo a preparar as coisas e o Dono pergunta - "És tu que vais passar som? Pronto, quero falar só contigo! Anda cá. É assim, não quero coisas agressivas, quero coisas boas, que o som seja de qualidade, para respeitar esta casa". Os olhos de lunático, olhavam-me de cima a baixo e comecei a pensar onde me tinha metido. Mas, o que fazer?

Continuei, fui deixar a mochila na sala de cima ("Não quero sacos cá em baixo, não pode ser (!), lá dizia o outro) e ele tentou-me vender a utilização de uma mesa de mistura que estava toda partida (Não funcionava o crossfading!) altura em que me apercebo que não tenho cabo para ligar o computador ao amplificador.

Bem, a responsabilidade não é totalmente minha porque perguntei ao meu amigo o que era necessário para colocar o sistema a funcionar (afinal, não estava em Lisboa na altura) e ele disse-me simplesmente, que sim, dava para ligar ao computador que não me tinha que preocupar. Enfim, mais uma lição aprendida.

O que fazer? Bem, a solução óbvia era ir comprar um cabo (ainda só eram 23:30) e Wortens e Fnacs só fechavam à meia-noite em alguns shoppings. Um amigo nosso também era capaz de ter um cabo desses em casa. Outra alternativa que me lembrei seria comprar um cake de CDs virgens para ir gravando CDs do portátil enquanto usava o sistema todo queimado do Dono alucinado. Três hipóteses lançadas em paralelo para resolver um problema.

Uma hora e pouco depois chega, finalmente, o salvador da pátria com o Cabo que ligo, imediatamente ao sistema. Depois de umas configurações, mal o som começa a funcionar arranca a noite. O Dono vem repetidamente queixar-se da qualidade do som - em termos de equalizador, o som está distorcido e tenho realmente que admitir que algo de estranho está a acontecer. Quando experimentava em casa aquilo não acontecia e porque me precipitei para animar a malta não testei o aparelho condignamente.

Felizmente, após quarenta e cinco minutos de sofrimento (**) , há uma pausa para se fazer um brinde ao anfitrião da festa. Aproveito a deixa, altero rapidamente o programa para a configuração mais simples, em que não há duas placas de som e aí o som deixa de ficar estranho (finalmente!) e consigo fazer crossfades. Ok, têm de ser de cabeça, mas que os consigo fazer, consigo. E como houve a pausa, consegui recomeçar. Para o que foi, na minha opinião, um dos melhores momentos que já tive a passar música.

Durante cerca de duas horas consegui por toda a gente animada, essencialmente com música dos anos 80-2000, desde do "I Will Survive", "Maria Albertina" e o "Wawaba". Nesta altura o senhor deixa de vir falar comigo e começa a altura dos pedidos. Foram diversos, mas o que se destacou foi o pobre rapaz muito alto que era instrutor de Dança do Ventre, que me pede uma Música Oriental. Estava a dar nesta altura o "Funky Town". Só lhe pude pedir desculpa e fazer um ar de incredulidade. Ouve-se cada coisa.

Levo em bom ritmo até às 3:30 - altura em que devo começar a acalmar (ordens do Dono!). Ignoro-o e decido aceitar os pedidos para conseguir passar algum rock para uns amigos (Self Esteem no meio daquilo tudo). No final, tenho de por a "Tribulations" para agradecer oficialmente a ajuda da Bri que esteve comigo a coordenar alguns momentos e não me tinha safado tão bem sem a sua ajuda e... talvez haja aqui algum potencial - ontem falámos, brincámos bastante.. muito mais que o normal. E à custa disso já tenho o facebook dela. Vamos a ver o que acontece.

Agradar a gregos e troianos. Consegui. E isso fez-me sentir muito bem. E no final, contou-me o meu amigo, o dono perguntou-lhe se eu não queria voltar a passar som na próxima sexta. Não sou católico, mas isto claramente que merece um "Meus Deus!".

(...)

(3) - Escrevi todo este post em hora meia de viagem no Comboio. Muito bom, foi um momento em que necessitava de aqui voltar. Ainda bem que não consegui sacar séries e pude aqui voltar. Agora, vais-me buscar ao comboio, vamos tomar um café e preparar-me para a noite. Tenho que gravar os CDs outra vez e estou, ainda, com a adrenalina de ontem. Boa sorte para ti também que vais ter espectáculo. A minha altura vai ser depois. Espero que corra bem, porque não sei quantas mais oportunidades vou ter. Agora acho que devo acalmar um pouco a vertente DJ. Definitivamente. E depois, acabar em grande na última quinzena de Novembro.

Entretanto estou a chegar a casa. Foi uma viagem bem passada, que resultou num post exageradamente grande...

(...)

(*) Em 2007 fui ver os Ena Pá 2000 ao Santiago Alquimista e foi o Degredo, com "D" muito grande. Abusei da vodka, de repente bate-me tudo assim de repente e, quando dou por ela, estou a ir para o carro a cambalear, mas bem disposto. A rir-me, fazer rir os outros (na medida do possível). Bem, lembro-me bastante bem da situação, por isso não pode ter sido assim tão mau.

(**) O Crossfade não funciona, não consigo usar os auscultadores para ouvir os seguimentos das músicas, tenho que fazer tudo de cabeça e o programa está a ter uns comportamentos estranhos que nunca tinha visto acontecer em casa. Tento compensar ao máximo, mas há uns momentos estranhos pelo meio. Até este momento o pessoal ia entrando, saindo, entrando da pista (o grupo é diverso e arranjar um ponto de sincronismo está a ser complicado... bem, umas inglesas penetras estavam a delirar com a música e foram pedir-me muitas vezes para pôr mais alto algo que ia contra as ordens do Dono lunático. Estou a falar a sério, cada vez que me relembro da cara dele sinto arrepios. Ele tinha, claramente um grande desequilibro e era daquele género de pessoas que não é possível dialogar. Simplesmente, não dá.

(***)

Listening to: Não gosto apenas de colocar referências para uma colectânea. Vou tentar incluir aqui todas as músicas que o meu PC vai escolhendo aleatoriamente enquanto escrevo (o que revelou fácil).

Ornatos Violeta – Débil Mental,
Cake - I Will Survive,
Franz Ferdinand - You could have done so much better,
Pearl Jam - Even Flow,
Radiohead - Paranoid Android,
The Hives - Tick Tick Boom,
Radiohead - Fake Plastic Trees,
The Temper Trap - Sweet Disposition,
Hèroes del Silencio - Entre dos tierras,
The Police - So Lonely,
U2 - City of Blinding Lights,
Três Tristes Tigres - Zap Canal,
The Music - Welcome to the North,
Pulp - Common People,
The Killers - When You Were Young,
James - Sometimes,
The White Stripes - Blue Orchid

sobre a imagem: Mais uma vez, DeviantArt com uma procura sobre "disco". O Copyright diz Andrea Gonzalez, mas o nickname parece ser Esmaice. Mais info aqui.

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