2009-10-12

Faltam 730 dias...

(15:54) Estou a dever-te um post. Maior, diferente e a falar das outras coisas que me andam a afectar (no bom e mau sentido). Agora tenho de ir trabalhar. Tentar compensar em apenas um hora e pouco a preguiça que tive durante resto do dia. É o que vale ter fins de semana assim preenchidos e "complicados". Não sei a que horas vou conseguir voltar cá, mas fica registada esta promessa a mim mesmo.
Posso não ligar muito a este dia, mas que sabe bem ser contactado pelos outros, sabe. Consigo criar momentos de intimidade diferentes com diferentes amigos e relembro-me sempre deles quando falam comigo nestas alturas.

E isso faz-me sentir bem.

(1:25) Demorei mais um pouco do que queria. Estou a ser distraído pelos outros canais de comunicação que existem graças à Internet. Continuamos a falar (aposto que estiveste à minha espera, até eu chegar para nos despedirmos). E, quando me apercebo, continuo a dar-te trela. Enfim, já somos crescidos, mas consigo ler nas tuas palavras que isto está a começar a tomar outras dimensões que tanto eu como tu provavelmente não queremos que tenha.

Eu percebo-te, tu própria tens noção que pelo facto de isto ser "... surpreendemente bom", não é aquilo que estavas à espera. É complicado abrirmo-nos assim para as outras pessoas, eu sei. Faço-o com bastante poucas pessoas. E tu começaste-o a fazer desde o dia um. Parece que há dois momentos separados, aquele em que podes falar comigo, confiar em mim, em partilhar o que de mais íntimo te atormenta e depois, há o outro. Aquele em que te quero descontrolar.

Agora armando-me em "bom", "parvo", "arrogante", "parvalhão"... seja lá o que for: Desde o momento em que tivemos aquela primeira conversa "íntima", em que te fiquei, finalmente, a conhecer um pouco melhor que me achava que isto ía acontecer. Eu não teria iniciado nada, se não soubesse que te iria dar a volta a à cabeça. Foi um desafio que coloquei a mim mesmo e que consegui ultrapassar. E agora sei que este é aquele momento em que pensas, em que ponderas o futuro. Não te preocupes, essa volta à cabeça é temporária. Tenho a certeza disso.

(...)

Mas, independentemente disso tudo, gosto de estar contigo. De te abraçar. De me sentir abraçado. De sentir que gostas de estar comigo. Se fosse apenas um "monólogo" não iria ter nenhuma piada. E vim para aqui porque estavas à minha espera.

Isto a vida, realmente. É uma caixinha de surpresas. E, considerando a minha sorte, ainda vais parar a Lisboa. Algo que, não sei dizer, de uma forma honesta - neste momento, se quero ou não. Mas sei que quero andar por aí a ver outras coisas, a sair mais da casca. A largar o casúlo protector que tão convenientemente uso. Preciso disso.

(... e tive que acrescentar este pequeno parágrafo hoje, depois de uma noite mais descansada. E só agora reparei que estou numa fase parva com os títulos dos dias que faltam para alguma coisa.)

E sei que temos medo de não estarmos acompanhados. Eu tenho um pavor da solidão que muitas vezes não consigo explicar. Sei as origens - o facto de estar sozinho, de não poder falar com ninguém, de não poder partilhar momentos carinhosos, de praticar gestos afectuosos... Afecta-me. Foram tantos anos assim, em que era assim (afinal, eu preciso desses momentos - fazem-me falta), que agora faço-o contigo. E não estás habituada. Porque não páro? Porque gosto do que me faz sentir, ou porque sei que gostas? Pelos dois?

(...)

Bastava ter saído um pouco mais tarde de casa. Fomos tomar um café, os 3, os amigos de Coimbra e soube-me bem. Deu para por a conversa em dia. Explorar temas novos (política), voltar aos velhos amigos (música) e preparar o futuro (as saídas desta semana). Por um lado fiquei triste de ser meia-noite quando me apercebi que afinal íamos para casa - a decisão ainda demorou mais um pouco, mas a verdade é que temos muito trabalho pela frente. Provavelmente (e isto é apenas uma suposição) teria sido tudo diferente se tivessemos ido jantar por volta das 22h. Teríamos apenas ido tomar café à 1h. Estaríamos a sair do bar às 2h e pouco. E, por volta dessa hora, já sabemos que a discoteca teria sido muito mais aceitável. Mas, outras oportunidades surgirão. Afinal, se cedermos a todos os caprichos (e eu não gosto assim tanto de fazer anos) o que restaria?

E tenho trabalho amanhã. Há coisas para preparar. A saída será na quinta. A passagem de música será apenas dia 30. E estou em pulgas. Mal me consigo controlar - sempre a pensar em transições. Em sequências. Sou um obsessivo com algumas coisas e esta é uma delas. E tive que ir experimentar a transição agora (já arranjei mais duas... enfim :).

(...)

Para o ano há mais. E espero não abandonar este espaço até lá.

Tens-me ajudado bastante.

Obrigado.

(***)

Listening to: Julian Plenti - Is... Skyscraper (momento de escrita 1) / diversas músicas aos saltos, desde os anos 70 até 2009.

Sobre a imagem: foi carregada pelo utilizador naughton321 no flickr (link original aqui). Procurei por uma imagem no Google e gostei particularmente desta. Engraçado, até deu para ficar a conhecer o seguinte facto:

28 is a 'perfect number' because it equals the sum of all its factors (apart from 28 itself).

E para mim representa a segunda parte do ano da mudança. Se a minha vida for uma trilogia de cinema, o episódio dois começa hoje. E esse costuma ser sempre o meu filme favorito.

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