2009-10-05

Madrugada

Chego a casa. Paro ao pé da porta de entrada e depeço-me. Pondero se fumo um outro cigarro... antes de ir para a cama, para me despedir. Acabo por decidir que sim, independemente de, ao mesmo tempo que chego, também outros tanto "vizinhos" estacionarem  (mas parece que, afinal, só deixaram aqui o carro no parque estacionamento). Ele não vão parar aqui. Parece que têm de ir para outro local, mais distante. Paro, sinto o vento a dizer(me) "Olá" (afinal, estou de calções e a sensação é óbvia) e olho para a lua cheia. Paro e penso nas pessoas com quem estive hoje. Sorrio... foi engraçado. Jogar Poker é só mais ou menos difícil para mim. Quando tenho que ter sorte no jogo, consigo (isso deve explicar o outro lado... mas não é consistente) e consigo achar alguma piada à situação. Ganhei as duas últimas mãos, em desespero de causa, a apostar tudo e nem sequer me dignei a ver que cartas tinha. E fiz dois full-houses seguidos. Não me vejo a repetir a façanha.

(...)

E depois... só depois de preparar o que venho aqui escrever, é que começo a desviar para o outro lado. Sinto ainda mais piada a este desvio por estar meio grogue. Realmento ando a portar-me melhor. Se andasse no ritmo do passado, nunca conseguiria escrever este texto (*). Parece que consegui encontrar um equilíbrio decente. E ainda bem. Gosto de me sentir assim. Portanto, parece que já é normal (Já o tinha dito no último post). É também por isso que decido escrever logo o final deste texto neste preciso momento e já cá volto).

(...)

Hei-de lá chegar. Aonde estou a tentar ir. Mas, por enquanto estou aqui a escrever... contigo. A pensar em ti. A ponderar o porquê daquelas mensagens. Tens saudades minhas... ok, eu também tenho saudades tuas, de estar contigo, de ver um filme agarrado, de adormecer acompanhado, confortável, na intimidade de quem partilha espaços, sensações e... tudo o resto. Ontem adorava que estivesses comigo. Ainda mal estive contigo em Lisboa. A partilhar o que é a minha vida (espaços, gostos e sensações). Apenas o fiz na cidade onde estudo. Apenas num sítio que já não me diz muito, que deixou algumas marcas. Lisboa, pelo contrário parece que me diz muito mais. Quer dizer, tive a relação da minha vida maioritariamente lá, partilhei casa com a minha ex-namorada lá e, por isso, teria todas as razões para sentir mais saudosismo dos tempos da faculdade. Não o sinto, comecei-me a sentir mais confiante em Lisboa e seguro do que quero para a mim.

Talvez seja por isso que te quero levar lá.

Quero estar contigo a aproveitar a noite. A chegar a casa (à verdadeira casa) e deitar-te numa cama a sério. Dormir de forma relaxada contigo (lá tenho duas almofadas normais :) ).

Ando a precisar disso. Ando a precisar das sensações que me fazes sentir. Ando a precisar mesmo disso. E tenho algum receio do que isso quer dizer sobre o que andamos a fazer.... e para onde caminhamos.

É por isso que tenho medo quando me dizes que tens saudades minhas. Paro e fico mais calmo. Fico bastante mais sossegado. Porque sei que vamos lá no final desta, ou da próxima semana. E sei que é isso que quero fazer. Sei que te quero levar o bar onde costumo ir. Que quero ouvir a música que tanto gosto e que te quero abraçar, ao mesmo tempo que dançamos. E decido adiar, conscientemente, o "processamento" da sensações que ando a sentir.

(...)

Hoje vou ter que trabalhar. Acima de tudo, escrever, por isso é provável que cá não venha. Não há mal, já é muito cedo e o post de "hoje" vale por dois. A madrugada tem destas vantagens.

Penso que ando a abusar um pouco. É possível que sim. Mas só hei de estar cá uma vez. Só hei de aproveitar estas sensações uma vez. Daí "abusar" (será mesmo realmente isso que estou fazer - afinal, amanhã é feriado... vou conseguir recuperar)...


(*) - Independemente de o estar a rever no dia a seguir, da parte da tarde - o sentido mantém-se inalterado, mas precisei de fazer umas pequenas modificações estéticas e correcções ortográficas, para o texto ficar mais organizado.



(***)

Listening to: Boxer Rebellion (Union)

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