2009-10-07

Hum... já vi isto?

Hoje enquanto preparava uma apresentação que vou fazer amanhã (portei-me bem, trabalhei bastante - pelo menos em número de horas e de coisas que consegui acabar) tive uma sensação de familiaridade que costumo ter quando volto aos sítios onde estou muito tempo a trabalhar. Enquanto caminhava pelos corredores do meu departamento (*) olho para o chão e apercebo-me que estou a repetir um ritual que já não fazia há pelo menos perto de um ano.

Estar de noite, a passear por entre estas portas, que de noite me fazem lembrar uma prisão, fizeram-me lembrar de quando tinha que estar aqui a falar contigo ao telefone. De como, por vezes, dávamos apoio mútuo para conseguir ultrapassar as dificuldades do dia-a-dia. Apercebo-me que, pelo menos por agora, não o tenho que voltar a fazer. E que também não o vou receber. Por isso sinto uma espécie de sensação estranha de ambivalência: por um lado alívio, por outro alguma tristeza...

É nestes momentos em que me sinto a ressacar dos benifícios que uma relação estável consegue produzir. A parte parva, é que tenho a certeza que consiguiria tê-los agora. Tu fizeste o mesmo comigo agora este fim-de-semana quando andaste pela primeira vez de avião - fui eu que servi de teu confidente. Ligaste-me (ok, enviaste apenas uma sms, mas deu para acordar), mal o avião aterrou, de madrugada. Devo voltar a ficar apreensivo? Lá estou eu a voltar à "espiral da loucura", mas o facto é que vais-me trazer uma pequena lembrança este fim de semana... se acabarmos por nos encontrar.

Mas por outro lado, ainda bem, porque assim é da maneira que matamos dois coelhos de uma cajadada - faço anos entretanto e conseguimos ultrapassar facilmente o ritual de oferecer prendas. Com o qual tenho um grande trauma resultante da minha relação passada (este fica para outro post - continuo a hesitar falar destas coisas porque acho que não consigo retratar de uma forma isenta o que se passou comigo no passado. E quero fazê-lo de forma isenta - não quero transformar ninguém num monstro, nem me retratar como um coitadinho... independentemente de os sentimentos e devaneios que tenho, facilmente levarem as coisas nesse sentido).

(...)

É engraçado, há coisas que ainda evito falar aqui e pergunto-me se é receio para onde a minha mente me vai levar. Se esse for o caso, como é que ultrapasso isso de uma forma que me pareça justa? Será o receio de retratar uma, ou mais, situações parvas que vistas em perspectiva, pouco, ou nenhum bem me fizeram? Provavelmente leio para o que escrevo e depois penso: "Porra! Mas como é que tu aguentaste tanto tempo?" Que é, geralmente, o primeiro pensamento que geralmente me vem à cabeça.

E depois, como tão frequentemente faço... penso no que tu sentias e se estou a ser justo. Acho que tenho que me preocupar mais comigo - de pensar mais em mim.

(...)

E é algo que uma boa noite de sono ajuda a ultrapassar com bastante facilidade. Acho que vou para lá agora, uma vez que vou ter que estar eloquente amanhã de manhã. Mas gostei da forma como tive um dia preenchido e consegui ter vontade e coragem de cá voltar. Ainda bem. Espero que se mantenha... ui, depois de rever isto fechei os olhos e senti-me a levitar. Está, definitivamente, na hora.

Até já.

(*) Esta pequena imagem ao lado foi retirada a partir do site oficial do meu departamento. Mas, por questões de anonimato, não partilho a sua localização. Tem uns pequenos efeitos para ficar a preto e branco, num estilo mais apropriado ao blog. No entanto, quem a reconhecer, pelo menos percebe onde estou a estudar.

(***)

Listening to: Alta Tensão na Antena 3 (não é muito frequente, é verdade).

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